SEGUNDA, 20/09/2021, 18:14

Acusado de tentar matar ex-esposa a facadas será julgado nesta terça-feira em Londrina

Mais uma vez, o fim do relacionamento é apontado como a causa do crime, praticado na frente do filho mais novo do casal.

Um crime bárbaro cometido na frente do filho mais novo do casal. O julgamento de Gabriel Antunes Lima e Silva, acusado da tentativa de feminicídio de sua ex-esposa, Cíntia Raquel, em 17 de junho de 2018, está programado para começar às 9 horas, desta terça-feira, no Fórum de Londrina. Na época do crime, os dois já estavam separados há quase um ano e Gabriel teria ido até a casa da ex-mulher, pulado o portão, arrombado a porta da cozinha e, armado com uma faca, teria tentado matá-la.

O que só não ocorreu por conta da intervenção de um primo de Cíntia, que conseguiu imobilizar Gabriel, que é acusado pelo Ministério Público de 13 fatos delituosos entre 2014 e 2020: uma tentativa de feminicídio; três lesões corporais; quatro ameaças; uma perturbação da tranquilidade; três vias de fato e um descumprimento de Medida Protetiva.  

E, mais uma vez, a não aceitação do fim do relacionamento é apontada como a causa do crime, é o que afirma a integrante da diretoria-executiva do Néias, o Observatório de Feminicídio de Londrina, Cecília França. Dos seis casos analisados até agora pelo Néias, apenas um não foi motivado pelo fim da relação.

Cecília França explica que outro agravante é que a tentativa de feminicídio ocorreu na frente do filho mais novo do casal, mais uma situação comum na maioria dos crimes desse tipo em todo o país.

Cecília França diz ainda que o país evoluiu nos últimos anos em termos de legislação. Mas, apesar disso, o número de casos não vem caindo.

Segundo a integrante da diretoria do Observatório, até abril passado, a cidade tinha 31 ações criminais de feminicídio tramitando na justiça local. A demora do judiciário em julgar os casos também é apontada pelo Néias como outro problema grave.

O mandado de prisão contra Gabriel, por exemplo, só foi expedido em fevereiro de 2020 e a prisão executada um mês depois. Ou seja, 1 ano e 9 meses após a tentativa de feminicídio. Além da condenação dele por todos os crimes, o Ministério Público pede também uma reparação por danos materiais e morais para a vítima.

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