Adapar orienta produtores sobre transporte de animais após nova certificação sanitária internacional
Com status de país livre de febre aftosa sem vacinação, trânsito de rebanhos entre estados será flexibilizado, mas com exigências
O Brasil recebeu oficialmente o reconhecimento internacional de território livre de febre aftosa sem vacinação. A certificação, concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e validada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foi anunciada em maio, durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados, realizada na França.
A movimentação, porém, exige documentos que comprovem a sanidade do rebanho, como a Guia de Trânsito Animal (GTA) e exames previstos pelas legislações federal e estadual.
Antes da publicação do ofício do Ministério da Agricultura e Pecuária, a entrada de bovinos e bubalinos no Paraná era restrita a alguns estados já certificados. Agora, com a ampliação do status, essa limitação deixa de existir.
Países asiáticos, como o Japão e a Coreia do Sul, exigem que a carne provenha de regiões livres de febre aftosa sem vacinação. Recentemente, o Chile também autorizou a importação de carne suína do Paraná, um mercado com regras sanitárias rígidas. O estado é o segundo maior produtor de suínos do Brasil. De acordo com o Presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Marcelo El Kadre, o novo status é fundamental para ampliar a exportação de proteína animal.
Com o fim da obrigatoriedade da vacinação contra a febre aftosa, o país estima uma economia de aproximadamente R$ 500 milhões. O cálculo considera que cerca de 244 milhões de animais não precisarão mais ser imunizados, o que evitaria um estresse no animal, segundo El Kadre.
No Paraná, a vacinação foi suspensa em 2019. Desde então, a Campanha de Atualização de Rebanhos passou a ser feita anualmente, nos meses de maio e junho, com o objetivo de garantir a rastreabilidade e o controle sanitário.
A conquista do novo status sanitário também traz novos desafios. Será necessário intensificar a vigilância ativa nos rebanhos e aprimorar a fiscalização nas divisas e nos frigoríficos. A exigência é que as unidades estejam preparadas para atender aos critérios internacionais de produção e exportação.