TERCA, 21/05/2019, 19:07

Advogado quer revogação da prisão preventiva de avó suspeita de abandonar bebê em Porecatu

Delegado diz que laudo de necropsia ainda não foi concluído e que mãe da criança será ouvida na tarde desta quarta-feira.

A defesa de Michele Rodrigues, avó do bebê encontrado morto em Porecatu na última sexta-feira, vai pedir à Justiça a revogação da prisão preventiva dela. O advogado Flávio Gualter afirma que já teve acesso ao processo e que avaliando as condições da residência da cliente, mostradas inclusive pela imprensa, fica claro que uma pessoa em suas capacidades normais não viveria naquela situação. Gualter avalia que Michele Rodrigues necessita de tratamento médico.

O advogado explica ainda que o pedido para a perícia que vai avaliar a saúde mental da mulher deve ser anexado ao processo até sexta-feira.

No inquérito conduzido pela delegacia de Porecatu, a situação da casa da avó é relatada em detalhes, muito lixo, sujeira e restos de comida apodrecida, já com larvas. Flávio Gualter não quis dar detalhes sobre o que a cliente disse após a prisão e afirma que por ser um caso envolvendo menores, o processo está sob segredo de justiça. Michele Rodrigues, de 39 anos, foi presa em flagrante, no último sábado e transferida, no mesmo dia, para o 3º Distrito Policial aqui em Londrina.

Em Porecatu, a terça-feira foi de novos depoimentos. Foram ouvidos dez amigos e vizinhos da família que tiveram contato com a criança. A enfermeira que atendeu a ocorrência e comunicou o caso à Polícia foi ouvida no início da semana. Segundo o delegado Elisandro Souza, responsável pelo caso, o exame de necropsia, que indica a causa da morte e seria entregue nesta terça-feira, ainda não foi concluído.

O delegado diz que quer saber da mãe da criança, que vai depor nesta quarta-feira, porque ela deixou o filho com a avó em uma casa naquelas condições.

De acordo com o delegado, mãe e avó não trabalhavam e eram mantidas pelo avô do bebê. No depoimento à Polícia Civil, Michele Rodrigues disse que viu a criança pela última vez às 22 horas de quinta-feira e no meio da tarde de sexta-feira teria acordado e encontrado o bebê morto. A criança, de apenas um ano e sete meses, estava aos cuidados da avó, desde o início de maio, quando a mãe, uma jovem de 17 anos, teria ido para o Mato Grosso a trabalho.

Informações preliminares passadas pelo IML indicam que o bebê estaria morto desde quarta-feira. Por enquanto, de acordo com o delegado, a avó é a principal suspeita. Os exames complementares do Instituto Médico Legal devem ficar prontos em até 20 dias e o inquérito ser concluído até o início da semana que vem.

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