TERCA, 14/09/2021, 15:25

Alta desenfreada nos combustíveis faz motoristas de aplicativos desistirem da atividade

Trabalho que cresceu como alternativa ao desemprego, agora não compensa mais.

Quando a Uber, primeira plataforma de transporte individual por aplicativo, chegou a Londrina, em 2016, o litro da gasolina custava aproximadamente R$ 3,50. De lá para cá, surgiram outras empresas com propostas semelhantes, como a 99, por exemplo, mas pouco mudou na remuneração dos motoristas. Com a gasolina passando dos R$ 6,00, o trabalho que era uma alternativa ao desemprego já não compensa. Usuários dos aplicativos já estão sentindo dificuldades para conseguir esse tipo de transporte para trajetos mais distantes e os motoristas justificam. Valdeci Soares tem 66 anos, está desempregada e não consegue se aposentar. A perícia está marcada para março do ano que vem. A única fonte de renda é dirigir para aplicativos. Mas ela está sendo obrigada a escolher as corridas. Os motivos são muitos, a começar pelo preço dos combustíveis.

Valdeci conta que só consegue continuar dirigindo porque vendeu o carro novo financiado e conseguiu quitar um modelo mais antigo. A idosa tenta driblar as dificuldades, selecionando corridas mais curtas.

Situações assim justificam a dificuldade para conseguir um motorista por aplicativo pra rodar na cidade. As empresas argumentam que as constantes altas nos combustíveis estão fora do alcance de atuação delas e que estão tentando criar promoções e alternativas  para amenizar. Mas, segundo os motoristas, as tarifas estariam congeladas desde 2015. A Maplon, Motoristas por Aplicativos de Londrina, chegou a publicar nas redes sociais, em agosto, um boicote às operadoras Uber e 99, que consiste em rejeitar corridas abaixo de R$ 7,00 ou sem dinâmica, ou ficar off-line para evitar cancelamentos. Ao usuário, resta apenas ter paciência ou pensar em outros meios de transporte.

Por Livia de Oliveira

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