Uma obra que começou em janeiro de 2021, deveria ter sido concluída em janeiro deste ano, que já teve seis aditivos ao contrato e que vem causando transtornos e prejuízos aos moradores e, principalmente, aos comerciantes da região. No início de abril, uma papelaria instalada na área anunciou que, por conta da redução drástica nas vendas, estava fechando as portas.

Mesma situação de outros quatro estabelecimentos, que poucas semanas antes também divulgaram o fim das atividades em função da demora para a conclusão dos serviços. Um posto de combustíveis da região também anunciou um processo judicial contra a Prefeitura e a construtora, alegando prejuízos em função das obras e da queda no faturamento.

A obra, que foi recentemente fiscalizada pelo Tribunal de Contas, também enfrentou atrasos por conta de paralisações dos operários. Em fevereiro, por exemplo, os trabalhadores da construtora responsável pela trincheira voltaram a cruzar os braços, em função de atrasos no pagamento de férias e FGTS.

Em entrevista na manhã desta sexta-feira, durante a reinauguração da Maternidade Municipal, o prefeito afirmou que não sabia do processo judicial do posto e afirmou que a obra está andando muito bem.

Além dos atrasos e prejuízos aos moradores e comerciantes, a obra também ficou mais cara. Em fevereiro, o município aceitou um pedido de reequilíbrio econômico e financeiro do contrato, aumentando o valor da obra em R$ 2 milhões. Um outro aditivo, no valor de R$ 100 mil, também foi aprovado para a readequação das galerias pluviais.

Os aditivos são apenas dois, de um total de seis, liberados pela Prefeitura desde o início da obra, em janeiro de 2021. Com eles, o valor total para a construção da trincheira chegou aos R$ 34 milhões, um aumento de 35% em relação ao orçamento inicial de R$ 25,5 milhões. Com os aditivos, o prazo de entrega passou para julho, mas o próprio prefeito, reconheceu recentemente, que isso não vai ser possível.