QUARTA, 30/06/2021, 16:48

Áudios comprovam que policiais agiram para "blindar" festas clandestinas de fiscalização em Ibiporã

Material foi anexado pelo Gaeco na denúncia apresentada contra os PMs e o organizador dos eventos que, conforme as investigações, pagava propina em troca da proteção.

O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) continua investigando o esquema organizado por pelo menos dois policiais militares para livrar de fiscalização festas clandestinas realizadas na cidade de Ibiporã. Os agentes de segurança e um terceiro homem, apontado como o responsável pelos eventos, já foram denunciados e devem responder criminalmente pela prática, que vai na contramão das restrições estabelecidas pelo poder público para conter o avanço da pandemia de coronavírus em todo o estado. Segundo as investigações, pelo menos duas festas teriam sido "blindadas" pelo esquema. O Gaeco investiga, no entanto, se mais eventos receberam o mesmo tratamento, e se outras pessoas estariam envolvidas na situação.

A CBN teve acesso a áudios que demonstram como o esquema funcionava. O material foi anexado à denúncia criminal. No primeiro deles, um dos policiais investigados, que trabalhava recebendo denúncias na Central do 5º Batalhão da PM, em Londrina, aparece respondendo o contato do colega de farda, dando a entender que iria ignorar os possíveis chamados referentes à festa na cidade vizinha.

No segundo áudio, o organizador da festa faz o pedido de blindagem ao policial de Ibiporã, deixando claro que iria "pagar um por fora" ao servidor em troca da proteção. Na resposta, o PM diz que já tinha "blindado" uma outra festa com mais de 150 pessoas, e que era para ele ficar tranquilo.

Os policiais e o organizador das festas vão responder por prevaricação e corrupção, além de crime contra a saúde pública. Na denúncia, o Gaeco pede ainda que os PMs sejam multados e percam os cargos públicos que ocupam. Os policiais ainda não se manifestaram oficialmente sobre a investigação. Já o comando do 5º Batalhão da PM emitiu uma nota dizendo que a denúncia é peça de acusação processual, que já tinha sido feita pela justiça militar, e que o oferecimento dela é "a demonstração da seriedade, celeridade, responsabilidade e rigor com

Por Guilherme Batista

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