QUINTA, 23/02/2017, 18:56

Carnaval chegando e uma coisa que pouca gente se dá conta é da quantidade de impostos que se paga pra curtir a festa

Da caipirinha ao spray de espuma que as crianças tanto gostam, os tributos podem passar de 70%.

Elas são os produtos mais consumidos durante o carnaval e também os mais tributados. As bebidas são, de longe, os produtos com as mais altas taxas de impostos do país. Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação revela, por exemplo, que a mais tradicional das bebidas do país, a mistura de cachaça, limão, gelo e açúcar, a brasileiríssima caipirinha, é a campeã de impostos entre os produtos mais consumidos no carnaval. São quase 77 % de tributos no preço final do produto.

E o popular chopinho vem logo atrás, também com uma taxação alta: mais de 62% de imposto em cada tulipa.

E se você não é adepto da cerveja ou da caipirinha, mas precisa de um refresco com esse calorão que está fazendo, a opção mais saudável, e com um imposto um pouco menor, é a água de coco, 34%. Ou seja, se você tomar três unidades, o dinheiro de uma delas vai pro governo. No refrigerante de lata, a soma dos impostos passa dos 46%.

O advogado tributarista Diogo Berbel, explica que em todo o mundo é assim. A lógica do sistema é arrecadar mais, justamente nos chamados produtos supérfluos. Mas, ele completa dizendo que no Brasil, mesmo no caso dos supérfluos, a média de tributação é ainda um pouco maior.

E o que dizer daqueles itens básicos de todo carnavalesco. O confete e a serpentina, por exemplo, são taxados em quase 44%. O spray de espuma vai além, quase 46%. Pra montar aquela fantasia também não sai barato. O colar havaiano tem 46% de impostos embutidos. A máscara de plástico dos super heróis que a criançada também adora tem quase 44% de tributos.

Agora, se você decidiu fazer aquela viagem dos sonhos, pra conhecer o carnaval do Rio de Janeiro e o desfile das Escolas de Samba, a carga tributária em um pacote com hospedagem, ingresso e transporte até o sambódromo, é de mais de 36%. O advogado explica que uma lei federal de 2012 obriga o comércio a destacar, no cupom ou nota fiscal, o total de tributos pagos pelo cliente. Mas, segundo Diogo Berbel, a Lei até hoje não foi regulamentada e poucos estabelecimentos fazem isso.

E se o feriadão de carnaval for na praia, os impostos também ajudam a deixar o passeio mais caro. O protetor solar, por exemplo, tem quase 42% de tributos embutidos. E no sorvete das crianças, eles representam quase 38% do preço final.

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