Após leve recuo no início deste ano, o preço da cesta básica confirmou uma tendência de crescimento em maio. O levantamento realizado pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas (NuPEA) registrou um aumento de 1,9% no valor dos 13 produtos que compõem a lista, em comparação ao mês anterior.

A pesquisa foi feita em 11 redes de supermercados que operam na cidade. Com base na variação, uma pessoa adulta gastou, em média, no mês de maio, R$ 495,06 para comprar todos os artigos do kit. Já para uma família de dois adultos e duas crianças, o custo sobe para aproximadamente R$ 1.485.

No entanto, o relatório aponta que o consumidor poderia ter uma economia de até 21%, se buscasse o menor preço de cada produto entre as lojas, pagando em torno de R$ 391 pelos itens. Mais da metade dos produtos registraram aumento no valor, quando comparado ao mês de abril. Como é o caso do arroz, da farinha, do óleo e do leite. A maior elevação, foi do açúcar, com alta de 9,6%, como explica o coordenador da pesquisa, Marcos Rambalducci.

A carne também teve um aumento considerável, de 3,7%. De acordo com o estudo do NuPEA, em média, o quilo do coxão mole está sendo comercializado por R$ 36,78. O produto representa quase metade de toda cesta básica. Apenas três itens tiveram redução no preço: o tomate, que caiu 11,4%, além da banana e da margarina, com recuo na casa dos 2%.

O professor explica que, apesar de uma queda de aproximadamente 1,97% desde o início do ano, o valor da cesta básica de maio registrou um aumento de 24% ao longo dos últimos 12 meses. Segundo ele, este crescimento no valor da lista de alimentos impacta diretamente no poder de compra da população, acentuando a desigualdade social.

Rambalducci destaca ainda que a redução do poder compra das famílias londrinenses também afeta o comércio varejista da região, já que um percentual maior da renda é destinado à aquisição de alimentos.

O coordenador da pesquisa alerta também que a expectativa é de um novo aumento no preço da cesta básica no próximo mês, por conta dos custos de produção de alguns produtos, como a carne bovina e o leite, se elevarem com a chegada do inverno.

O Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas (NuPEA), responsável pelo levantamento, é um projeto da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL).