QUINTA, 31/03/2022, 18:11

Com política nacional de habitação "inexistente", Cohab amarga 56 mil cadastros à espera da casa própria e 7.500 famílias morando em 73 ocupações irregulares em Londrina

Números foram revelados pelo presidente da Companhia de Habitação durante a sessão desta quinta-feira da Câmara Municipal, que aprovou projetos que autorizam o órgão a comercializar terrenos ociosos.

O presidente da Cohab, Luiz Cândido, participou da sessão desta quinta-feira (31) da Câmara Municipal de Londrina para traçar um panorama das atuais políticas públicas voltadas à área de habitação no município. A discussão ocorreu antes da aprovação, em segundo turno, de dois projetos de lei que dão autorização para a Companhia de Habitação comercializar terrenos que, por questões técnicas, não podem receber moradias populares e, devido a isso, se tornaram ociosos com o passar do tempo.

Cândido lembrou que a construção de moradias para famílias que ganham menos de três salários mínimos depende de recursos federais, e que, atualmente, a política nacional de habitação para este público é "inexistente". A falta de investimentos, conforme ele, fez aumentar e muito o número de cadastros na Cohab e também de famílias vivendo irregularmente na cidade. Atualmente, a companhia tem 56 mil pessoas cadastradas à espera da casa própria e 7.500 famílias morando em 73 ocupações irregulares espalhadas pelos quatro cantos do município.

O "problema gritante", nas palavras de Cândido, fez a Cohab ir atrás de alternativas para, pelo menos, regularizar a situação fundiária de parte das ocupações.

Mas, para isso, conforme ele, a companhia necessita de recursos, que poderão ser captados por meio da comercialização dos terrenos ociosos.

Além de não servirem para nada, segundo o presidente da Cohab, as áreas também geram despesas ao município. Só de roçagem, conforme destacou Cândido, o poder público gasta quase 70 mil reais todos os anos. Diante das informações reveladas pelo presidente da Cohab, a vereadora Lenir de Assis destacou que a Câmara precisa ampliar a discussão para entender o que pode ser feito no intuito de contornar o problema.

Por Guilherme Batista

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