Na vistoria de março, o Centro de Triagem tinha 147 presos. Um mês depois, em abril, já eram 170. Em maio, uma pequena redução e o número caiu para 161 presos. As entidades ligadas aos Direitos Humanos denunciam o problema há anos, mas a situação só piora.

A advogada Vitória Sperandio, membro da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da OAB Londrina, esteve no Centro de Triagem na última vistoria, em maio. Segundo a advogada, a capacidade máxima do Centro é cinco vezes menor do que a lotação atual. O local foi planejado para ter apenas 28 presos. Mas, ela diz que os problemas não se resumem à superlotação. De acordo com Vitória Sperandio, há presos no Centro de Triagem que estão há mais de 200 dias sem ver a luz do sol.

A advogada afirma ainda que uma parte do Centro, que estava interditada por risco de desabar, foi reativada e hoje abriga cerca de 100 presos. De acordo com Vitória Sperandio, o próximo passo para tentar resolver a situação é enviar um ofício para o diretor do Fórum Criminal de Londrina, Luiz Valério dos Santos.

A intenção é pedir o cumprimento de uma Instrução Normativa do Tribunal de Justiça, publicada no ano passado, e que estabelece a revisão das prisões provisórias com mais de 90 dias. O que deve ajudar a desafogar o Centro.

A advogada da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da OAB Londrina afirma ainda que uma possibilidade, caso as vias internas não resolvam a situação, é recorrer a organismos internacionais, como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

A Secretaria de Segurança Pública diz que a solução para o problema está nas 14 obras de construção e ampliação de presídios pelo Estado e que vão aumentar a capacidade do sistema em cerca de 7 mil vagas. Outra medida, segundo a SESP, é a instalação de celas modulares e que vão abrir 684 novas vagas no sistema carcerário, permitindo a transferência de presos.

O Governo também anunciou recentemente a instalação de quatro Centros de Triagem no Interior, que vão gerar mais de 2 mil vagas.