QUARTA, 13/01/2021, 19:48

Conselho de Secretários de Saúde pede o adiamento do Enem, mas datas seguem mantidas

De acordo com médico sanitarista, é necessário reduzir os riscos de contaminação com medidas rigorosas de prevenção.

Há três dias da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) emitiu, na última terça-feira, um documento encaminhado ao Ministério da Educação (MEC) em que pede que a prova seja adiada. Os testes acontecem nos dias 17 e 24 de janeiro em todo o país. Mais de seis milhões de estudantes vão participar do exame. 

No mesmo dia em que o Conass solicitou uma nova suspensão das datas, a Justiça Federal em São Paulo decidiu manter a programação do processo seletivo. A decisão, no entanto, dá liberdade para que autoridades sanitárias locais definam se há condições para realização do Enem. Na última quarta-feira, a prefeitura de Manaus afirmou que não vai permitir o uso das escolas municipais para aplicação das provas. A capital do Amazonas passa por um novo surto da doença.

O médico sanitarista e ex-secretário de Saúde de Londrina, Gilberto Martins, acredita que a principal forma de reduzir a chance da proliferação da Covid-19 seria com o adiamento da prova. Mas, apesar dos desdobramentos judiciais, o professor acredita que a demanda social do Enem deve fazer com que as provas aconteçam nas datas definidas.

Para Martins, diante da impossibilidade de novas datas para a prova, é preciso que os protocolos de segurança sejam seguidos rigorosamente por candidatos e organização, como forma de reduzir os riscos. Segundo o sanitarista, além do uso obrigatório das máscaras e álcool gel, seria adequado que fosse ampliado o número de salas de aula utilizadas para realização da prova, promovendo maior distanciamento social.

Seguindo o mesmo princípio, Gilberto Martins considera que “treineiros” não deveriam participar desta edição. De acordo com o médico, candidatos que não têm 18 anos completos ou que não vão finalizar o Ensino Médio até o prazo válido do exame podem colaborar para redução das aglomerações durante o processo seletivo, visto que não concorrem efetivamente para as vagas do Enem.

O professor ainda destaca que a organização do momento de entrada dos candidatos para os locais de prova é crucial para reduzir as chances de contaminação. Martins ainda lembra que a fiscalização durante os dias de aplicação do exame deveria ser intensificada para verificar se os protocolos de prevenção estão sendo seguidos pelos candidatos, como também pelos colaboradores do Enem.

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