SEGUNDA, 22/12/2025, 17:58

Conselho debate mudanças em benefícios sociais e entidades temem cortes em Londrina

Reunião extraordinária em Londrina discutiu critérios de benefícios e alerta para impacto de redução no orçamento em 2026

O Conselho Municipal de Assistência Social de Londrina realizou, nesta segunda-feira (22), uma reunião extraordinária para discutir os critérios de concessão de benefícios sociais no município.
Entre os temas da pauta estavam o Benefício Eventual, conhecido como BEE — que pode ser pago por depósito bancário ou cartão alimentação — e o Programa Municipal de Transferência de Renda, o PMTR.
Atualmente, cerca de três mil pessoas são atendidas pelo PMTR em Londrina, enquanto quase duas mil famílias recebem o Benefício Eventual. Representantes da sociedade civil demonstraram preocupação com possíveis cortes nesses auxílios, que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Segundo os conselheiros, a política de assistência social deve perder cerca de R$ 17 milhões do orçamento previsto para 2026. Esse corte pode afetar diretamente serviços, programas e benefícios oferecidos à população.
De acordo com a assistente social Rosemeire Félix de Barros, o conselho não se sente seguro para aprovar mudanças sem saber se haverá recomposição do orçamento. Ela explicou que já há a garantia de R$ 4 milhões devolvidos pela câmara de vereadores e a promessa de mais R$ 11 milhões do governo do estado, mas ainda não está claro como esses recursos serão utilizados.

Por isso, o conselho decidiu não votar a proposta neste momento e vai encaminhar um pedido formal ao executivo, solicitando esclarecimentos sobre a destinação do dinheiro. A defesa é de que os recursos sejam usados para evitar cortes nos benefícios e até retomar programas que foram interrompidos.
A presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, Josiane Nogueira, destacou que o órgão sai da reunião mais fortalecido, apesar do debate intenso. Ela reforçou que o conselho é um espaço legítimo de decisão, formado por representantes do governo, trabalhadores da assistência e usuários dos serviços.
Josiane também alertou que os cortes não atingem apenas pessoas em situação de rua, mas principalmente famílias dos bairros, como mães que precisam de apoio para criar os filhos, pagar despesas básicas e manter a renda da casa.
O Conselho aguarda agora uma resposta do executivo para decidir os próximos passos. Até lá, nenhuma mudança nos benefícios foi aprovada.

Por João Gabriel Rodrigues

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