SEGUNDA, 27/01/2020, 06:30

Construtora é considerada inocente em processo que a investigava por abandono de obra em Londrina

Empresa conseguiu comprovar que reforma de colégio estadual só não foi concluída por problemas em cronograma formulado pelo próprio governo.

O empreiteiro Donizete Batista de Rezende voltou a procurar a CBN para rebater o argumento do Governo do Estado de que a empresa Makino Construção Civil Ltda., de propriedade do filho dele, teria abandonado as obras do Colégio Estadual Maria do Rosário Castaldi, na zona oeste de Londrina. Ele confirmou que, em 2018, a terceirizada respondeu a um processo na Secretaria Estadual de Educação por não ter concluído o que estava no cronograma da reforma, mas, durante a apuração, a Makino conseguiu comprovar que isso só aconteceu por contratempos gerados pelo próprio poder público.

Donizete enviou à reportagem parte do relatório final da Comissão Processante aberta à época para apurar a situação. No documento, os servidores responsáveis pelo processo confirmam que o cronograma original da obra passou por modificações, mas que, apesar disso, a atualização não foi informada à empresa responsável. Eles listam, ainda, que a Makino chegou a relatar que não iria conseguir terminar o que estava sendo pedido dentro do prazo estipulado, mas que a informação foi ignorada pelo poder público, definido como “negligente e moroso” pela comissão. A investigação relata, ainda, que pagamentos deixaram de ser feitos à terceirizada, considerada inocente ao final do processo, conforme destacou Rezende.

A investigação, arquivada em abril de 2018, também descreve que, apesar de a empresa ter feito apenas 70% do que estava previsto no cronograma, todos os cerca de R$ 900 mil previstos foram gastos. A administração atual, que admite a falta de repasse à terceirizada ao longo dos cinco anos de contrato, uma vez que os serviços tiveram início em 2013, tenta agora fazer a retomada dos trabalhos para, enfim, concluir as obras no colégio estadual. O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional, Fundepar, pretende contratar uma nova empresa para terminar os cerca de 30% que ainda faltam. A ideia é gastar aproximadamente R$ 280 mil para finalizar o serviço, que prevê uma reforma completa da unidade. Atualmente, mais de 1,5 mil alunos estudam no local.

Por Guilherme Batista

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