SEGUNDA, 24/05/2021, 17:13

Em depoimento à polícia, servidor nega que tenha autorizado ‘fura-fila’ durante a campanha de vacinação contra o coronavírus em Apucarana, no norte do Paraná

Ele teve o nome citado pela mulher que se passou por técnica de enfermagem para desviar dez doses de vacina na cidade. Advogado do funcionário, que está afastado, garante que tudo não passa de uma invenção da acusada.

O ex-coordenador da campanha de vacinação contra o coronavírus em Apucarana, Luciano Pereira, foi ouvido pela Polícia Civil nesta segunda-feira (24) no âmbito da investigação que apura um esquema que teria facilitado a imunização de pessoas que não fazem parte dos grupos prioritários estabelecidos pela campanha. A suspeita do chamado ‘fura-fila’ veio à tona na semana passada, depois da prisão da cuidadora de idosos Silvania Ribeiro Del Conte. A mulher, que confessou ter se passado por técnica de enfermagem para desviar dez doses da AstraZeneca, contou que Pereira teria autorizado a vacinação indevida de pelo menos vinte pessoas. Em depoimento na 17ª Subdivisão Policial, o servidor negou todas as acusações, e disse que tudo não passa de uma história inventada por Silvania. A versão também foi confirmada pelo advogado dele, Sérgio Barroso.

Silvania também disse que Pereira sabia que ela não era técnica de enfermagem, e que, mesmo assim, teria autorizado a convocação dela para trabalhar como voluntária durante a campanha de vacinação em Apucarana. O advogado do servidor garantiu que o cliente dele não sabia da falta de qualificação da acusada, que, conforme ele, teria prometido, mas não entregado a documentação que comprovaria que ela estaria apta para ocupar a função.

Barroso também rebateu a informação de que Silvania só poderia ter sido convocada para trabalhar na campanha mediante chamamento público.

O advogado confirmou, ainda, que Pereira conheceu Silvania durante o processo de vacinação dos funcionários da clínica de idosos onde ela trabalhava, mas rebateu a informação de que no abrigo ele também teria autorizado a imunização indevida de outras pessoas.

Luciano Pereira está afastado das funções desde a prisão da falsa técnica de enfermagem, e responde a uma sindicância interna na prefeitura. O caso também é investigado pelo Ministério Público e a Controladoria-Geral do Estado. Silvania continua presa de forma preventiva à disposição da Justiça.

Por Guilherme Batista

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