QUARTA, 26/07/2023, 12:10

Gaeco e Corregedoria da PM deflagram operação que investiga organização criminosa com possível envolvimento de policiais militares em latrocínios

A suspeita é de que pelo menos sete policiais estejam envolvidos em dois crimes de roubo seguidos de morte

O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Londrina do Gaeco - Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, em conjunto com a Corregedoria-Geral da Polícia Militar, deflagrou nesta quarta-feira (26), a Operação Mar Vermelho, que apura organização criminosa com possível atuação nos municípios de Londrina, Ibiporã e Bela Vista do Paraíso. Foram cumpridos cinco mandados de prisão, 28 mandados de busca e apreensão, sete medidas de afastamento da função pública e 11 medidas de monitoração eletrônica. Dois dos detidos nesta operação são policiais, um deles foi preso em Londrina e o outro em Curitiba. Um terceiro PM já estava preso desde a Operação Rebote em 05 de julho e contra ele havia medidas cautelares (afastamento de função e tornozeleira eletrônica).

De acordo com o promotor Jorge Barreto, a suspeita é de envolvimento de ao menos sete policiais militares (um oficial, um cadete e cinco praças), além de particulares, no cometimento de crimes, incluindo dois latrocínios - roubos com resultado morte.

As investigações começaram com a denúncia de participação de dois policiais militares na morte de um homem que teria sido executado e teve o corpo queimado na zona rural de Jataizinho no dia 23 de agosto de 2021. Após o cumprimento de diversas diligências, ficou confirmado que essa vítima integrava a mesma organização criminosa investigada. Esse crime teria sido motivado por desentendimentos financeiros entre os criminosos. Integrantes do grupo apropriaram-se de dinheiro, a partir de movimentações bancárias, e de bens da vítima durante a execução do crime.

As apurações revelaram ainda um outro crime de latrocínio, em que a vítima – um homem que atuava como agiota – teria sido morto em um confronto forjado com uma equipe da Rotam - Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana de Ibiporã. Nesse caso, as investigações apontaram que o objetivo era de que os policiais militares se apropriassem de R$ 30 mil que estavam com ele. Parte desse valor, entretanto, não foi encontrado pelos policiais, uma vez que estaria escondido nas roupas íntimas da vítima.

O comandante do 2º Comando Regional da PM, Coronel Jeferson Luiz explicou que os sete policiais investigados irão responder a processos administrativos que irão avaliar a conduta de cada um deles.

De acordo com o Coronel Jeferson Luiz, esse tipo de operação não compromete o trabalho, nem a corporação.

Segundo as investigações realizadas em conjunto pelo Gaeco e pela Corregedoria-Geral da PM, o grupo criminoso praticava crimes de falsidade ideológica, com a inserção de dados falsos em boletins de ocorrência (o grupo simulava a ocorrência de roubos de carga e inseria tal informação inverídica nos boletins); apropriação indébita qualificada de cargas como ferro, cobre, etanol e soja, furto qualificado e extorsão agravada.

Por Juliana Takaoka

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