Greve dos Correios continua após rejeição de proposta do TST
Trabalhadores dizem não a acordo sem garantia de direitos e paralisação chega ao oitavo dia em nove estados
Em assembleias realizadas em todo o Brasil, trabalhadores dos Correios rejeitaram a proposta apresentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) em conjunto com a direção da empresa. A decisão mantém a greve da categoria.
Segundo o diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Paraná, Diego Henrique da Silva, a posição foi clara: sem garantias concretas de preservação de direitos, não há acordo possível.
A paralisação entrou no oitavo dia nesta quarta-feira (24), e já atinge nove estados. O movimento é uma reação ao que os trabalhadores classificam como um pacote de retirada de direitos. Entre os pontos citados estão mudanças no plano de saúde, o fim do adicional de 70% de férias, a extinção da entrega no período da manhã, cortes em benefícios, alterações na jornada de trabalho e a falta de investimentos nas condições das unidades.
A categoria também reivindica reposição salarial e a manutenção de direitos históricos conquistados ao longo de décadas.
Outro ponto de insatisfação é um Plano de Demissão Voluntária aprovado pelo Conselho de Administração da empresa, que pode resultar no corte de até 10 mil postos de trabalho e no fechamento de centenas de agências. As medidas estariam ligadas à contratação de um empréstimo de R$ 20 bilhões.
Os trabalhadores defendem o fortalecimento dos Correios como empresa pública, com a contratação dos aprovados no concurso de 2024, redução da terceirização e melhorias nas condições de trabalho.