QUARTA, 15/02/2023, 16:56

Há dez anos sem empreendimentos habitacionais para famílias de baixa renda, Cohab Londrina vê com bons olhos recriação do "Minha Casa, Minha Vida"

Presidente da companhia lembra, no entanto, que ainda há dúvidas a serem esclarecidas, e que as lideranças políticas da cidade vão precisar trabalhar na captação de recursos para a construção das moradias populares.

A recriação do programa federal “Minha Casa, Minha Vida”, para a construção de moradias populares para famílias de baixíssima e baixa renda no país, é vista com bons olhos pelo presidente da Companhia de Habitação (Cohab) do município de Londrina, Bruno Ubiratan. Em entrevista à CBN nesta quarta-feira (15), ele lembrou que faz dez anos que a cidade está sem inaugurar um empreendimento residencial erguido nos moldes dos programas habitacionais do poder público. O último foi o Residencial Cristal, na zona sul da cidade. O empreendimento de apartamentos contemplou 232 famílias que, na época, ganhavam de zero a três salários mínimos. O Governo Federal liberou R$ 10,5 milhões para a construção dos 15 blocos. Cada apartamento custou R$ 45 mil e as mensalidades, no dia da entrega das moradias, variavam entre R$ 25 e R$ 80.

De lá para cá, a cidade deu início às obras do residencial Flores do Campo, na zona norte, que foi ocupado por centenas de famílias em 2016 depois de dois anos de serviço paralisado por falta de recursos, e também à construção do residencial Alegro Villagio, na região sul, que ainda não foi finalizado. Em nenhum dos dois casos há a expectativa de conclusão das obras e entrega das moradias.

Recentemente, a Cohab iniciou o recadastro das pessoas que esperam há anos por moradias populares em Londrina. A estimativa da companhia é de que mais de 50 mil famílias estejam nesta situação. Boa parte delas vive em ocupações ou pelas ruas da cidade. E é justamente por conta disso que a recriação do programa federal gera tanta expectativa, conforme destacou Ubiratan.

O Minha Casa, Minha Vida vai ser direcionado para famílias com renda bruta familiar mensal de até R$ 8 mil, sendo que ao menos 50% das moradias a serem construídas, segundo o Governo Federal, vão ser destinadas à chamada faixa 1 do programa, cuja renda bruta familiar mensal é de até R$ 2.640,00. A iniciativa também vai passar a incluir pessoas em situação de rua na lista de possíveis beneficiários. Pelo menos por enquanto, segundo o presidente da Cohab, não há nenhum tipo de previsão para o lançamento de empreendimentos habitacionais custeados pelo Minha Casa, Minha Vida em Londrina. Ele destacou a importância de as lideranças políticas locais agirem a partir de agora na tentativa de captar, junto à União, parte dos R$ 9,5 bilhões reservados para o programa neste primeiro momento para a construção das moradias no município. Ubiratan disse ainda que muitas dúvidas relacionadas a essa nova fase da iniciativa precisam ser sanadas pelo Governo Federal.

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