SEGUNDA, 08/03/2021, 17:14

Hospital Universitário volta a registrar morte de paciente que esperava por leito de UTI em Londrina

Homem de 50 anos, que era diabético e transplantado, deu entrada na unidade na última quinta-feira, chegou a ser transferido para um leito de enfermaria, mas acabou não resistindo aos sintomas da Covid e falecendo no sábado. Instituição, que segue superlotada, garante que prestou todo o atendimento possível ao paciente.

Um homem de 50 anos de idade, morador de Cambé, morreu no Hospital Universitário de Londrina no último sábado (6) por coronavírus enquanto esperava pela liberação de um leito de Terapia Intensiva na instituição. Jair Alves de Souza chegou ao hospital transferido de Cambé na quinta-feira da semana passada. Ele foi acomodado no pronto-socorro, onde, segundo o hospital, passou por exames. Diabético e com um rim transplantado já há quinze anos, o paciente era do grupo de risco da Covid-19, e viu o seu quadro de saúde se agravar rapidamente. Com 75% dos pulmões comprometidos e um quadro de pneumonia, o homem chegou a ser levado para um leito de enfermaria antes de morrer. No local, ele recebeu oxigênio, foi entubado pelas equipes, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória e acabou não resistindo.

Em nota, o HU garantiu que todo o atendimento possível foi prestado ao paciente, e lembrou que, diariamente, tem precisado lidar com uma média de 45 infectados que estão em tratamento no hospital e também aguardam por vagas na UTI. Em toda a região, são pelo menos 58 pacientes nesta mesma situação, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. No Paraná, o número já é de quase mil pacientes no aguardo da liberação de leitos, que estão superlotados.

Nós conversamos com a esposa de Jair, Adriana Alves de Souza. Emocionada, ela conta que o marido chegou a enviar uma mensagem para ela pouco antes de falecer.

A mulher também agradeceu às equipes do hospital, mas lamentou o fato de a UTI estar lotada no momento em que o marido dela mais precisou.

Este é o segundo caso de pacientes que morrem no hospital à espera de um leito na Terapia Intensiva. Na última semana, uma moradora de Rolândia de 49 anos passou pela mesma situação. Diabética, a paciente acabou falecendo no pronto-socorro.

Vale lembrar que o Hospital Universitário amarga um cenário de superlotação há algumas semanas. Na sexta-feira (5), a direção chegou a divulgar que já enfrenta uma situação de colapso e que, naquele momento, pelo menos 60 pessoas esperavam no pronto-socorro pela liberação de leitos de enfermaria e UTI. Nesta segunda-feira (8), a situação continuava alarmante: 109% das vagas exclusivas para pacientes Covid da Terapia Intensiva, e 106% das de enfermaria seguiam ocupadas. Adriana, que acompanhou o marido sentir na pele as consequências da falta de vagas, fez um apelo à população, lembrando que é preciso acreditar no poder destruidor da doença e, principalmente, continuar se protegendo dela.

Por Guilherme Batista

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