Incêndio no aterro de Cambé passa dos 10 dias e deve levar pelo menos 60 dias para encerrar
Local funciona sem licença ambiental desde 2016; Prefeitura garante que tem buscado soluções para o problema
Um incêndio de longa duração consome a área de resíduos verdes do aterro sanitário de Cambé. As chamas começaram no dia 7 de junho e, desde então, produzem uma fumaça espessa que encobre o quilômetro 4 da PR-536, conhecida como Estrada da Prata. Mesmo com a mobilização de caminhões-pipa, tratores e escavadeiras, o fogo ainda não foi totalmente controlado.
O foco está concentrado em resíduos como galhos, folhas e restos de jardinagem, materiais de fácil combustão e difícil contenção. Esse tipo de incêndio, além de gerar fumaça intensa, pode se alastrar com facilidade para áreas vizinhas, como as plantações de milho próximas à colheita, aumentando o risco de um desastre ambiental e agrícola.
Segundo a Secretária de Meio Ambiente de Cambé, Roberta Queiroz, assim que foi constatado o incêndio, o Corpo de Bombeiros foi acionado e a área isolada dos outros resíduos.
O aterro opera sem licença ambiental válida desde 2016, o que já motivou uma ação civil pública do Ministério Público do Paraná, em andamento desde 2022. O processo cobra da administração municipal uma reformulação completa na política de resíduos sólidos, considerada ineficiente e ultrapassada.
A Secretária reconhece que a licença está vencida há mais de 9 anos e relata que a Prefeitura junto com a pasta de Meio Ambiente já tem trabalhado para resolver esse problema.
Este não é o primeiro incêndio no local. Há registros de ocorrências semelhantes em anos anteriores, algumas com duração superior a 60 dias. O principal desafio está no tipo de resíduo acumulado: a combustão ocorre de forma subterrânea e contínua, o que dificulta a atuação direta da água e exige técnicas mais avançadas de combate.
Enquanto isso, medidas emergenciais continuam sendo adotadas, como a construção de aceiros para evitar que o fogo avance para propriedades rurais. A prefeitura também instaurou processo para investigar as causas do incêndio e iniciou o envio de relatórios diários às autoridades ambientais.