QUARTA, 12/05/2021, 17:06

Justiça afasta chefe de divisão da 16ª Regional de Saúde, em Apucarana, por ofensas e situações de assédio cometidas contra funcionários subordinados

Servidores ouvidos durante o processo disseram que foram chamados de burro, imbecil, porco e estrupício, e em um caso específico, funcionária afirma ter sido assediada sexualmente pelo acusado.

A Justiça do Trabalho emitiu uma decisão esta semana afastando do cargo o chefe da divisão administrativa da 16ª Regional de Saúde, em Apucarana, Benedito Bento. De acordo com denúncia feita ao Ministério Público do Trabalho, o acusado, que é servidor de carreira e ocupa o cargo de chefia há três anos, se aproveitava da função para constranger e assediar funcionários subordinados. Pelo menos 13 profissionais, que trabalham na regional, confirmaram, em depoimento, que foram ofendidos pelo chefe.

A lista de xingamentos é extensa. Segundo a denúncia, Bento usava palavras como "burro", "imbecil", "retardado", "porco" e "estrupício" para se dirigir aos servidores. Uma funcionária confirmou, ainda, que foi assediada sexualmente pelo chefe. De acordo com ela, o servidor teria pedido para que ela viesse com uma blusa mais decotada para "mostrar esses peitão lindo". Os termos constam na decisão judicial da qual a CBN teve acesso.

Na decisão, a Justiça determina para o Governo do Estado tome medidas para acabar com as situações de assédio moral e sexual por parte do servidor, que também deve ser afastado do cargo de chefia. Apesar disso, ele seguia trabalhando normalmente no órgão nesta quarta-feira (12). A multa para o poder público, em caso de descumprimento, é de R$ 10 mil por novo assédio relatado. O juiz também proibiu o acusado de ter contato com servidores da Regional de Saúde e do próprio Ministério Público do Trabalho, uma vez que, segundo denúncias, ele teria tentado atrapalhar as investigações intimidando testemunhas.

Bento preferiu não se manifestar sobre o caso, e disse só vai falar em juízo. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que ainda não foi notificada oficialmente da decisão judicial. A autarquia disse, entretanto, que vai cumprir todas as determinações com o objetivo de garantir total isenção e lisura ao processo.

Por Guilherme Batista

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