O desembargador Telmo Cherem, do Tribunal de Justiça, concedeu habeas corpus ao Guarda Municipal Michael de Souza Garcia, acusado de disparo arma de fogo em via pública e fraude processual no caso do jovem Matheus Evangelista, de 18 anos, morto em março desse ano na zona norte de Londrina.

O desembargador determinou que o Guarda Municipal deve se apresentar periodicamente à justiça, em condições que ainda serão definidas. Michael de Souza também não pode ter contato com testemunhas e informantes listados no processo. Na decisão, Cherem definiu ainda que o GM pode voltar ao trabalho, mas apenas em atividades internas na corporação e deve ser monitorado por tornozeleira eletrônica.

Matheus Evangelista foi morto por um disparo de pistola calibre 380, depois que a guarnição da Guarda Municipal chegou à Rua Aristides Vaz, na zona norte, para atender um chamado de perturbação do sossego. Cerca de quarenta pessoas estavam reunidas no local. Após ter sido baleado, o jovem foi levado para o Hospital Universitário dentro da viatura da Guarda, quando a regra é aguardar o socorro no local. No registro da ocorrência, os Guardas Municipais afirmaram que a vítima já estava baleada assim que chegaram ao local da festa e que levaram o rapaz ao HU para tentar salvá-lo.

Na semana passada, a justiça decidiu que Michael de Souza e o GM Neves, acusado de dar o tiro que matou o jovem, serão julgados pelo Tribunal do Júri. Neves vai responder pelos crimes de homicídio qualificado, fraude processual e falsidade ideológica. O Guarda Michael vai responder por disparo de arma de fogo, por ter dado um tiro para o alto durante a ocorrência e por fraude processual, já que auxiliou no transporte do jovem ferido até o hospital.

Tentamos contato com o advogado Eduardo Miléo, que defende Michael de Souza, mas ele não atendeu nossas ligações.