QUARTA, 04/07/2018, 19:22

Justiça marca primeira audiência sobre o caso do jovem que teria sido morto na região norte de Londrina por agentes da Guarda Municipal

Os três agentes envolvidos são acusados de fraude processual e dois guardas são suspeitos de atirarem contra o garoto.

A Justiça marcou para o dia 8 de agosto a primeira audiência do caso Matheus Ferreira. Nessa primeira audiência serão colhidos os depoimentos de testemunhas do crime.

Três guardas municipais estão sendo acusados de fraude processual, por não cumprirem o protocolo da corporação e mudarem a cena do crime, dois dos guardas ainda são suspeitos de terem atirado contra o jovem.

Matheus de apenas 18 anos, estava em uma festa na região norte da cidade na noite em que foi morto. Testemunhas dizem que o jovem teria sido morto por disparos feitos a partir da arma de um Guarda Municipal que atendeu a ocorrência no dia 11 de março.

Michael Garcia e o GM Fernando Neves, estão presos e são acusados de homicídio qualificado e fraude processual. Outro guarda que estava junto durante a operação está solto, mas afastado das funções.

O advogado Rafael Garcia, que defende João Vitor Góes de Arruda, guarda afastado das funções, explica que antes dessa audiência do dia 8 de agosto, João Vitor foi intimado para uma outra audiência, no dia 30 de julho,  em que ele pode fazer um acordo em relação a acusação, o que não deve ocorrer segundo a defesa. Entretanto, a defesa alega que não houve fraude processual já que o cliente teria tentado ajudar a salvar uma vida.

Nossa reportagem não conseguiu contato com a defesa do guarda Michael.  A advogada Mariana Rodrigues, que defende Fernando Neves, não quis se manifestar.

Os três agentes dizem que encontraram o rapaz já baleado e em seguida o colocaram na viatura e foram para o Hospital da região norte, não cumprindo o protocolo legal.

A Corregedoria da Guarda Municipal iniciou, três meses depois do ocorrido, procedimento que apura o envolvimento dos três guardas na morte do jovem.

Os prazos para o procedimento de investigação interna é de 90 dias podendo ser prorrogado para mais 90 dias. Não tem prazo certo para que os acusados sejam ouvidos pela Corregedoria, a Guarda Municipal ainda analisa e recolhe documentos do inquérito para usar nas investigações internas.

Se comprovado que os guardas estão envolvidos na morte eles podem ser exonerados, além de cumprirem as condenações judiciais.

O inquérito policial foi finalizado em maio, foram quase dois meses de muitos depoimentos e buscas por provas que pudessem elucidar a morte do jovem. Das cerca de 40 pessoas que estavam na cena do crime, mais de dez testemunharam à Polícia Civil.

De acordo com o inquérito há inúmeras provas do envolvimento dos guardas o que levou a uma fraude processual e homicídio qualificado, com dolo eventual. Para a polícia foram dois disparos um feito pelo GM Michael Garcia, logo que a equipe chegou no local. O segundo teria sido feito pelo GM Fernando Neves, alguns segundos depois. Por isso, ambos permanecem presos.                                            

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