TERCA, 27/02/2018, 16:27

Justiça Militar vai apurar possível agressão policial no jardim Nossa Senhora da Paz

Um comerciante de 33 anos denunciou a abordagem exagerada dos agentes durante uma ação no bairro. Corporação nega uso excessivo da força.

O 6º Juizado Especial Criminal de Londrina enviou a denúncia feita pelo comerciante Thiago dos Santos Silva, 33 anos, sobre supostas agressões cometidas por policiais militares à Justiça Militar do Paraná, sediada em Curitiba, que irá investigar o caso. A possível abordagem fora do padrão teria acontecido há cerca de 10 dias, durante uma incursão no jardim Nossa Senhora da Paz, zona oeste. O rapaz alega que teria sido espancado nos olhos, tórax e outras partes do corpo sem motivo.

A situação teria sido registrada em vídeo pela esposa dele, que teve o celular tomado por um policial que percebeu o início da gravação. Dentro do estabelecimento do qual é proprietário, Silva afirmou que foi vítima de mais agressões enquanto estava deitado. A juíza Thais Macorin de Martin remeteu os autos à capital paranaense por conta da lei 13.491, que determina a competência da Justiça Militar para averiguação de crimes praticados por militares contra civis.

O texto foi modificado em outubro pelo então ministro da Defesa, Raul Jungmann, e sancionado pelo presidente Michel Temer. A defesa de Thiago Silva acredita em represálias por uma representação criminal feita em 2015 contra os mesmos policiais que estariam envolvidos. A vítima foi ouvida pelo promotor Eduardo Nagib. 

O comerciante já foi denunciado pelo Ministério Público de estar envolvido em quatro homicídios e uma tentativa que teriam sido coordenados por Edson dos Santos Rodrigues, o Zoza, entre 2011 e 2012. Ele foi absolvido pela juíza da 1ª Vara Criminal, Elisabeth Kather. Zoza foi condenado a 75 anos de prisão. Ele cumpre pena na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Paralelamente à denúncia, o Ministério Público investiga se Silva teria desacatado ou não os militares durante a abordagem. No boletim de ocorrência, os servidores disseram que ele teria incitado a população contra a PM, o que foi negado em depoimento.

No dia da operação, moradores do jardim Nossa Senhora da Paz organizaram uma manifestação na BR-369. Eles incendiaram um carro e bloquearam os dois sentidos da via contra ações da PM. O protesto foi contido com balas de borracha. O tráfego de veículos foi duas horas depois.

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