QUINTA, 28/04/2022, 09:55

Levantamento do Ministério Público mostra que número de mortes em confrontos policiais, no Paraná, aumentou mais de 9%, em 2021

Mais de 60% dos óbitos foram de pessoas com até 29 anos.

De acordo com um novo balanço realizado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e divulgado na última quarta-feira (27), a quantidade de mortes em confrontos policiais, no Paraná, apresentou um aumento de 9,74% em 2021, quando comparado ao período anterior.

O levantamento aponta que, em 2020, foram 380 vidas perdidas. Já no ano passado, o número de óbitos chegou a 417. A maior parte dos casos foram em confrontos com policiais militares, com 408 mortes. O procurador de Justiça Leonir Batisti, e coordenador do Gaeco, explica que o balanço também contabilizou ocorrências envolvendo policiais civis do estado, com dois registros e, ainda, outros sete com guardas municipais.

A cidade com o maior número de óbitos em confrontos foi Curitiba, com 105 casos, segundo a lista elaborada. Depois, vem Londrina com 32. O município de São José dos Pinhais, vizinho à capital paranaense, veio em seguida, com 26 óbitos.

O Ministério Público do Paraná, junto a outras entidades, como a seção Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) e Tribunal de Justiça do Paraná, encaminhou ao Governo do Estado um documento que apresenta sugestões com objetivo de reduzir a violência policial. 

Entre as propostas, está o uso de um sistema de gravação de áudio e vídeo pelos agentes de segurança, como também a elaboração de uma formação obrigatória sobre direitos humanos.

O levantamento do MP-PR mostra que 47,7% das pessoas que morreram eram pardas, 46,7% eram brancas e 5,6% eram negras. O balanço aponta, ainda, que pouco mais de 62% das mortes por confrontos com a PM foram de pessoas com até 29 anos.

Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública ressaltou que “as polícias do Paraná não buscam como resultado a morte nas ocorrências policiais, respeitam os direitos humanos e sempre trabalham de acordo com protocolos internacionais de uso progressivo da força”.

 

Com informações da Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Paraná

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