O primeiro boletim da dengue de 2020, divulgado nesta terça-feira pela Secretaria Municipal de Saúde, mostra que a situação em Londrina é de alerta máximo contra a doença. Em apenas duas semanas foram 533 notificações e seis casos confirmados. Além disso, as mortes de duas mulheres seguem sendo investigadas pela Secretaria. 

Para se ter uma ideia do tamanho do problema, os casos mais que dobraram em relação ao ano passado. Na segunda semana de 2019, por exemplo, foram 112 confirmações da doença em Londrina. Em contrapartida, no mesmo período desse ano, a cidade já registra 263 casos. O cenário, segundo a diretora de Vigilância em Saúde do Município, Sônia Fernandes, é crítico.

A diretora de Vigilância em Saúde diz que a hipótese de uma epidemia de dengue na cidade se consolida a cada dia e que a grande preocupação do momento já é o atendimento à população. Fernandes afirma que, no ritmo atual, a situação na rede municipal de saúde pode chegar ao limite em 15 dias.

E para piorar, a Prefeitura está sem os produtos para eliminar mosquitos e larvas, que não são enviados pelo Ministério da Saúde desde novembro passado.  Sônia Fernandes diz que o Governo Federal prometeu encaminhar o material em janeiro, o que não ocorreu. A última informação que chegou ao Município é de que os produtos serão enviados em fevereiro.

Sônia Fernandes afirma que a cidade nunca viveu uma situação como a atual e diz que as duas mortes investigadas pela Secretaria são mais um indicativo do momento preocupante.

Londrina fechou o ano passado com 3.315 casos de dengue e oito mortes confirmadas, o maior número da maior da história da cidade.

Nesta terça-feira à tarde, a Secretaria Estadual de Saúde também divulgou o boletim epidemiológico semanal da dengue. São pouco mais de seis mil casos confirmados da doença no Estado. Um aumento de mais de 13% em relação ao boletim da semana passada.

O número de municípios em situação de epidemia no estado passou de 15 para 22. O avanço dos números por todo estado levou a Coordenação de Vigilância Ambiental da Sesa a realizar, no início da semana, uma videoconferência sobre o tema com a participação de 16 regionais de Saúde.