SEGUNDA, 03/11/2025, 11:30

Londrina se aproxima do voo por instrumentos, mas operação deve ficar para 2026

Carta técnica do ILS já foi publicada, porém um aviso da Aeronáutica restringe o uso até fevereiro

O tão aguardado sistema de pouso por instrumentos (ILS) do Aeroporto de Londrina deu mais um passo importante rumo à efetivação. A carta de procedimento de aproximação por instrumentos, documento técnico da Aeronáutica que orienta pilotos e tripulações, foi oficialmente publicada e entrará em vigor a partir do dia 27 de novembro de 2025.

No entanto, de acordo com o professor Moisés Dornelles, engenheiro mecânico pela UFMG e especialista em segurança de voo pelo CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), o uso do sistema em operações reais só será permitido a partir de 24 de fevereiro de 2026, conforme determinação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).

Outro ponto fundamental é o sistema de iluminação de aproximação, o ALS, que faz parte do conjunto de equipamentos que compõem o ILS. Esse sistema está em fase de homologação pela Aviação Civil e deve ampliar a precisão do pouso em condições de baixa visibilidade. Mesmo assim, a ausência dele não impede o funcionamento do ILS, apenas limita o alcance visual e as condições meteorológicas mínimas para pouso seguro.

De acordo com o especialista, o ILS permitirá que os pilotos alinhem a aeronave com a pista a cerca de 1.200 metros de distância, o que já representa um grande avanço para Londrina. Com o ALS instalado, essa precisão pode aumentar, permitindo a aproximação até 700 ou 800 metros da cabeceira, o que se enquadra na categoria I do sistema.

Quanto ao cronograma, o prazo entre a publicação da carta e a efetiva liberação do sistema segue o padrão da Aeronáutica, que normalmente trabalha com antecedência de até 90 dias. Nesse período, é realizada a inspeção em voo, uma vistoria técnica feita por aeronave militar, para validar todos os dados do procedimento. Só após essa verificação é que o sistema pode ser oficialmente utilizado em operações comerciais.

Apesar da restrição inicial até fevereiro, não está descartada a possibilidade da Aeronáutica antecipar o início das operações, caso as avaliações sejam concluídas antes do previsto.

Por Paulo Andrade

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