QUINTA, 13/09/2018, 11:05

Luiz Abi, parente de Beto Richa, vai ser ouvido pelo Gaeco nesta tarde de quinta-feira

Luiz Abi Antoun vai ser ouvido, logo mais às 14h pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina. Ele foi preso na terça-feira. Segundo o Ministério Público (MP), ele é o homem de confiança do ex-governador Beto Richa, “uma das pessoas mais importantes da cúpula do Poder Executivo estadual, era operador do esquema e um dos arrecadadores das propinas”.

Ainda segundo o MP, ele é citado, por diversas vezes, em conversas que revelam indícios de pagamento ilícito ao grupo. 

Foi encontrada pela polícia, no apartamento dele, no momento da prisão, uma grande quantidade de dinheiro em espécie: R$ 370 mil, US$ 2700 e € 80. Celulares e outros documentos também foram apreendidos e estão sendo analisados. 

Foram cumpridos também mandados de busca e apreensão na empresa dele, a Alumpar (reciclagem de alumínio), na zona sul. 

Em nota, a empresa afirma que “não figura como investigada e sequer foi citada em qualquer operação, pois sempre desenvolveu suas atividades dentro da legalidade”. Ainda segundo a nota, “todos os materiais, documentos e valores apreendidos na sede da empresa se referem exclusivamente às atividades comerciais da ALUMPAR ALUMÍNIOS LTDA., não possuindo qualquer vínculo com as investigações conduzidas pelas autoridades policiais”. 

Antoun está na lista de presos na operação Rádio Patrulha, que prendeu o ex-governador Beto Richa, a esposa dele Fernanda Richa, o irmão dele Pepe Richa e outros ex-secretários estaduais. Ao todo, foram expedidos 15 mandados de prisão. 

A Operação Rádio Patrulha apura direcionamento de licitação para beneficiar empresários e o pagamento de propina a agentes públicos, além de lavagem de dinheiro no programa do governo estadual do Paraná Patrulha do Campo, no período de 2012 a 2014. 

Luiz Abi está preso na Penitenciária Estadual de Londrina (PEL I). 

Em nota enviada à imprensa, o advogado
Anderson Mariano defende que ele “jamais se furtou de prestar qualquer forma de esclarecimento às autoridades quando assim lhe foi solicitado, tampouco criando obstáculos à efetivação das diligências que se fizeram necessárias. Cabe destacar que os hipotéticos fatos objeto da investigação teriam ocorrido em Curitiba há mais de quatro anos. Além disso, Luiz Abi Antoun, que reside em Londrina, sequer conhece parte dos investigados e não mantém contato com os demais há anos, o que corrobora a desnecessidade de sua prisão temporária neste momento”. 

Antoun já foi condenado por participação em esquema de fraude em uma licitação para manutenção da frota oficial do Estado na região de Londrina. A operação Voldemort foi deflagrada em 2015. O valor do contrato fraudado era de R$ 1,5 milhão. 

Por Claudia Lima

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