O endividamento cresceu mais entre as famílias de menor renda. Nesta faixa, o indicador passou de 87,7% em maio para 89,7% em junho. Já entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o endividamento caiu de 95,8% para 95,2% na variação mensal.  

A pesquisa é realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). No mês passado, 90,6% dos paranaenses possuíam algum tipo de dívida ou compras parceladas. É o maior percentual de endividados no Paraná dos últimos 17 meses. Segundo Rodrigo Schmidt, coordenador de Desenvolvimento Empresarial da Fecomércio PR, a dificuldade para pagar as dívidas é maior entre as famílias com renda inferior a dez salários mínimos, pois elas foram mais afetadas pela pandemia. Entre estas, 28,1% tinham contas atrasadas em junho.

Segundo o analista, a limitação da renda também provoca maior inadimplência.

O Paraná acompanha o cenário nacional. O país encerrou o primeiro semestre com o maior endividamento em 11 anos, ao chegar a 69,7% em junho, agravado pela piora na inadimplência.  Cartão de crédito, financiamento de carro e cheque especial representam os principais motivos de dívidas, pontua Schmidt, alertando também para o aumento no custo de vida.

O dado positivo é que a parcela de famílias com contas em atraso baixou, saindo de 26,6% em maio para 25,0% em junho. Os endividados que não terão condições de pagar suas dívidas também passaram de 11,1% em maio para 9,7% no mês passado.