SEXTA, 03/08/2018, 19:04

Mais de 900 bolsas de pós-graduação e programa de formação de professores da UEL correm o risco de serem suspensas

O alerta emitido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e vale para todas as universidades o que totaliza mais de 200 mil bolsas em todo o País.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes anunciou a possibilidade de cortes em mais de 200 mil bolsas de pós-graduação e do programa de formação de professores.

No orçamento do ano que vem está previsto pelo Ministério da Educação um corte de 12%, o Projeto de Lei Orçamentária para o ano que vem ainda não está fechado, mas há a previsão de corte.

O corte vai afetar mais de 93 mil estudantes de universidades públicas de todo o País.

De acordo com o reitor da Universidade Estadual de Londrina – UEL, Sérgio Carvalho, só na universidade são mais de 900 bolsas. Carvalho se apresentou solidário às outras instituições e busca junto com o Conselho Universitário alguma medida que possa ajudar a derrubar a proposta de corte. A medida poderá comprometer seriamente o desenvolvimento das atividades científicas e tecnológicas.

O Conselho Universitário da UEL se manifestou nesta sexta-feira, por meio de uma moção de apoio ao ofício do presidente da CAPES endereçado ao Ministro da Educação.

“A Universidade Estadual de Londrina vem por meio de seu Conselho Universitário, reunido em 03 de agosto de 2018, manifestar profunda preocupação com o contido no ofício no 245/2018-GAB/PR/CAPES, assinado pelo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Prof. Dr. Abílio A. Baeta Neves, alertando o Senhor Ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, sobre os enormes prejuízos à ciência brasileira caso sejam impostos os cortes previstos no orçamento de 2019. A comunidade científica tem clareza de que a redução dos investimentos, muito possivelmente, acarretará em cortes de bolsas vinculadas à projetos de ensino, pesquisa e extensão, docência, mestrado, doutorado e pós doutorado, que levarão a um profundo retrocesso científico e tecnológico nacional. Além disso, em visita recente a Londrina, o próprio ministro Rossieli enfatizou seu apreço pela educação básica e, caso não haja interferência direta dele junto ao governo Temer pela manutenção do orçamento do MEC, a formação dos profissionais desta área será duramente atingida, por meio de restrições de programas como o Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR). Finalizando esta perspectiva, acordos de cooperação internacional não poderão ser honrados, trazendo descrédito ao nosso país. Urge, mais uma vez, alertar nossos governantes que a destinação de recursos para as áreas de educação, ciência e tecnologia deve ser tratada como investimento e não gasto. Enquanto o governo brasileiro não assumir uma postura responsável, organizada e sequencial de incentivos a esses três pilares, continuaremos a ser um país periférico e dependente das inovações estrangeiras. Repudiamos veementemente esta limitação.”

O Ministro da Educação, se reuniu com o presidente Michel Temer e disse o governo está "procurando uma solução" para garantir o pagamento das bolsas. A declaração foi dada após uma outra reunião com o ministro do Planejamento, Esteves Colnago.

Comentários