QUARTA, 22/09/2021, 14:00

Ministério Público denuncia delegado aposentado da polícia civil de Arapongas por peculato

Ele já havia sido denunciado anteriormente por exploração de jogos de azar, lavagem de dinheiro e corrupção

O Gaeco, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, ofereceu a segunda denúncia contra um delegado da Polícia Civil aposentado que chegou a chefiar a 22ª Subdivisão Policial de Arapongas. A denúncia decorre da operação deflagrada em setembro do ano passado para apurar a exploração de jogos de azar e a lavagem de dinheiro mediante corrupção passiva e ativa.

O delegado aposentado, que já responde por exploração de jogos de azar, lavagem de dinheiro e corrupção, agora também foi denunciado por peculato. O processo corre na 1ª Vara Criminal de Arapongas. Segundo o Ministério Público, o crime decorre do desvio e apropriação de um veículo Fiat Strada apreendido quando o investigado estava lotado no município de Iporã. O carro havia sido solicitado pelo investigado ao juiz criminal da comarca para o combate ao tráfico de drogas na região. Porém, as investigações demonstraram que o delegado de polícia se apropriou do veículo para proveito pessoal, mesmo depois de estar aposentado.

O mesmo aconteceu com um colete balístico de propriedade da Polícia Civil, que deveria ter sido restituído à instituição após a aposentadoria do investigado, mas permaneceu em sua posse, sendo apreendido somente na operação do Gaeco. Por fim, a denúncia relata a prática do crime de porte ilegal de 210 munições calibre .380, adquiridas ilegalmente pelo investigado.

O ex-delegado figura como um dos coordenadores de um esquema criminoso que envolveria recebimento de propinas mensais para dificultar o combate ao jogo do bicho na cidade. Durante a operação, também foi denunciado um ex-presidente da Câmara de Vereadores de Arapongas, acusado de atuar como chefe do esquema de exploração da contravenção do jogo do bicho, sendo o responsável pelo fornecimento de máquinas de jogos ilegais, contratar os prepostos que atuariam na exploração do jogo, ordenar pagamentos e transações financeiras, bem como por determinar o pagamento de vantagens indevidas para agentes públicos com o objetivo de facilitar a prática da contravenção. Ao todo, ele controlaria 257 pontos de apostas do jogo do bicho.

A Operação Arapongas foi deflagrada há um ano para apurar o funcionamento de um possível esquema de corrupção de policiais na 22ª Subdivisão Policial de Arapongas.

Por Livia de Oliveira

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