O Ministério Público (MP), por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Londrina, ofereceu denúncia contra o policial militar que, na última semana, foi preso de forma preventiva acusado de abusar sexualmente de mulheres em situação de rua em um mocó localizado na esquina das ruas Belém e Bahia, na área central da cidade. O MP acatou o inquérito da Polícia Civil, que havia indiciado o agente duas vezes por estupro e por importunação sexual. Como o caso corre sob segredo de Justiça, não foi possível ter acesso a detalhes da denúncia.

As investigações tiveram início depois que uma das vítimas procurou a polícia para denunciar a situação. O PM teria ido até o mocó fardado e obrigado a mulher a ter relações sexuais com ele. De acordo com depoimento dela, o policial foi extremamente violento e chegou a fazer ameaças com uma arma. Assim que o primeiro caso veio à tona, outra mulher procurou a polícia também para denunciar o policial por estupro e uma terceira o denunciou por importunação sexual. Segundo as investigações, os três casos teriam acontecido no mocó da rua Belém entre 30 de dezembro e o último dia 15.

Ao longo do inquérito, a polícia reuniu, além dos depoimentos das vítimas, exames do IML e também imagens de câmeras de segurança que mostram o agente, fardado, entrando e saindo do imóvel abandonado. Em entrevista coletiva após a prisão do suspeito, o delegado William Douglas Soares, responsável pelo caso, disse que as provas são robustas e que há claros indícios de que o acusado realmente cometeu os crimes.

Durante interrogatório, o policial, que tem dez anos de carreira e trabalhava atualmente no 5º Batalhão da PM, preferiu o silêncio. Ele segue preso de forma preventiva em um presídio militar em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. O advogado do PM não foi encontrado para comentar o assunto. Já o advogado das vítimas diz estar preparando uma ação por danos morais contra o Estado. Além de responder criminalmente pelos supostos abusos, o policial também é alvo de uma sindicância interna no 5º Batalhão. Ele pode ser expulso da corporação.