O arsenal apreendido durante a operação Hipócrates no dia 12 de fevereiro surpreendeu até mesmos os policiais do Gaeco, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. Foram encontradas 24 armas de fogo e cerca de duas mil munições no escritório do médico Paulo Fernando Nicolau, dono da Clínica Psiquiátrica de Londrina e Vila Normanda, ambas investigadas pelo Ministério Público por estelionato nos contratos com o SUS e maus tratos aos pacientes, entre outros supostos crimes.

De acordo com o coordenador do Gaeco, o promotor Jorge Barreto, o denúncia envolve dois crimes, a posse ilegal de armas de uso comum e a posse de armamento de uso restrito das forças policiais. Na apreensão além de espingardas e revolveres, foi encontrada até uma metralhadora.

Até mesmo as armas permitidas por lei estavam com os registros vencidos há mais de 10 anos. O dono da clínica também não tinha notas para que demonstravam a procedência. A suspeita é que vieram do mercado paralelo, de países como o Paraguai. O armamento foi enviado ao Instituto de Criminalística. Já no interrogatório o médico afirmou que era colecionador.

Segundo Barreto, a maior surpresa foi encontrar as armas em salas próximas ao local onde são atendidos pacientes com transtorno psicológico.

Ao concluir o inquérito a policia civil não constatou o flagrante, por isso Paulo Nicolau responde em liberdade. A pena para os crimes podem variar de um a seis anos de reclusão. Procurado pela CBN, o advogado de defesa, Marcos Dauber, informou que não teve acesso ao teor da denúncia e disse só deve se posicionar quando for acionado pela Justiça.