QUARTA, 19/08/2020, 15:15

MP emite recomendação administrativa para que Posto da Polícia Ambiental na PR-218 seja fechado

Proprietários de terras em São Sebastião da Amoreira usavam unidade da Força Verde para interesses particulares e para ocultar crimes

O Ministério Público do Paraná emitiu recomendação administrativa que busca o fechamento imediato do posto de Polícia Ambiental localizado na Rodovia PR-218, em São Sebastião da Amoreira no Norte Pioneiro do estado.

O comunicado é dirigido ao Comando-Geral da Polícia Militar do Paraná e ao Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde. Isso porque no âmbito da Operação Cachoeira, deflagrada pelo Gaeco no começo do mês, policiais e fazendeiros chegaram a ser presos porque utilizavam a unidade construída ilegalmente, dentro de uma propriedade particular, para atender interesses privados dos donos das terras, segundo a investigação.

O promotor de Patrimônio Público (Gepatria), Renato de Lima Castro, ressalta que o posto não se situa em áreas naturais que são protegidas na região e que não há fundamentação técnica que justifique manter estrutura de policiamento ambiental.

Para o Ministério Publico, não há interesse público para manter o posto da Força Verde naquele trecho, principalmente dentro de uma propriedade particular, nas margens da PR-218.

Foi concedido prazo de dez dias para que a Secretaria de Segurança se manifeste. A recomendação caso não seja atendida, é passível de abertura de processo de improbidade administrativa contra o Estado.

Segundo a denuncia apresentada pelo MP contra sete proprietários rurais, eles teriam praticado o crime de corrupção ativa ao pagar propina  aos policiais e são acusados ainda de organização criminosa armada.  A investigação aponta que os agentes recebiam ainda para  se omitirem em relação à fiscalização ambiental e chegaram a participar de caçadas de animais silvestres junto com os fazendeiros nessas propriedades. Já o cinco policais devem ser denunciados em processo que corre na Vara de Auditoria da Justiça Militar Estadual. 

Por Guilherme Marconi

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