TERCA, 09/01/2024, 17:00

Mulher que perdeu filha e neta em acidente na BR-369 presta depoimento à Polícia Civil

 Ela foi ouvida pelo delegado de Trânsito, que confirmou que o motorista onde as vítimas estavam estaria disputando um racha com outro veículo na rodovia antes da batida. Condutores devem ser indiciados criminalmente pelo suposto racha, mas família espera que acusação seja por homicídio com dolo eventual

A mulher que perdeu a filha e a neta em um grave acidente na BR-369, em Londrina, no dia 10 de dezembro, prestou depoimento na Delegacia de Trânsito durante a manhã desta terça-feira (9). Simoni Junqueira contou ao delegado as conversas que teve com a filha, Nicoli Junqueira, de 19 anos, antes dela falecer no Hospital Universitário (HU) na madrugada da última sexta (5). A jovem teria contado para a mãe que, antes do acidente, o motorista do carro onde ela e a criança estavam trafegava em alta velocidade pela rodovia. O condutor era marido de Nicoli e pai da menina. A informação confirma o que já havia sido levantado por uma perícia realizada pelo Instituto de Criminalística, que apontou que o veículo estava a 149 quilômetros por hora.

O acidente foi impressionante. O motorista perdeu o controle da direção e, após capotar na rodovia, bateu em cheio contra um poste. A bebê foi ejetada do carro e morreu na hora. Já Nicoli chegou a ser socorrida para o hospital, mas também faleceu após passar 20 dias internada. O delegado Edgard Soriani, que investiga o caso, disse que o depoimento da jovem seria crucial para desvendar o que, de fato, aconteceu no dia do acidente. Mas, como a jovem morreu, ele optou por ouvir a mãe dela.

Além de ouvir testemunhas, o delegado analisou os laudos periciais e imagens de uma câmera de segurança que mostram o carro em alta velocidade ao lado de outro veículo na rodovia pouco antes do acidente. Soriani confirmou que, diante das circunstâncias, entende que os condutores realmente estavam disputando um racha na rodovia. A hipótese tinha sido levantada logo após o registro da batida.

Ele lembrou que o outro condutor envolvido negou o racha, e alegou que acelerou por achar que o carro que vinha atrás estaria tentando abordá-lo para um suposto assalto. A versão, no entanto, não convenceu o delegado.

Soriani disse que, a princípio, os dois motoristas serão indiciados criminalmente por racha com resultado morte. O advogado da família das vítimas, Vitor Hugo Assis, espera que o indiciamento seja revisto pelo Ministério Público, e que os condutores sejam denunciados por homicídio com dolo eventual.

Por Guilherme Batista

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