Na contramão da crise, supermercados aumentam faturamento e contratam trabalhadores durante a pandemia
Superintendente da Apras diz que, além da corrida às lojas registradas no início da pandemia, isolamento social também contribuiu para mudança de hábitos do consumidor e influenciou nos números do setor.
Nem tudo é crise na economia em 2020. Se existe um setor que está em alta durante a pandemia é o de supermercados. Com quase todos os segmentos demitindo, eles seguem no caminho oposto e estão contratando. E não é pouco. Foram aproximadamente 10 mil trabalhadores nos últimos três meses. Grande parte deles para a função de caixa e empacotador.
De acordo com a Associação Paranaense de Supermercados, Apras, o volume de vagas criadas durante a pandemia aumentou 100% na comparação com o mesmo período de 2019 e as empresas estão contratando profissionais, inclusive, para postos que até bem pouco tempo nem existiam.
Boa parte deles em funções relacionadas à prevenção contra o novo coronavírus, como a higienização das lojas, o controle da entrada de clientes e até pessoal da área administrativa, por conta dos afastamentos de funcionários, explica o superintendente da Associação, Valmor Rovaris.
Valmor Rovaris cita uma mudança de hábito que também vem influenciando nos bons números do setor. Com o isolamento social, as pessoas passaram a sair menos e a fazer mais refeições em casa.
Em relação ao faturamento, os supermercados tiveram seu melhor mês em março, disparado. O aumento nas vendas chegou a 15%, afirma o superintendente da Apras, por conta da correria aos supermercados que se viu no início da pandemia. Ele conta, por exemplo, que o estoque de feijão de uma determinada rede do estado, que duraria quase dois meses, acabou em poucos dias.
Em abril e maio, explica Valmor Rovaris, a situação da pandemia já estava mais clara, os consumidores se acalmaram, a corrida aos mercados acabou e as vendas caíram para algo mais próximo dos números de antes da pandemia.
O superintendente da Associação Paranaense de Supermercados diz ainda que o consumidor está precavido e vem priorizando os produtos essenciais. Com isso, as seções de eletrodomésticos e de produtos de maior valor agregado vêm tendo baixa procura e registrando faturamento menor que as de alimentos e produtos de higiene, por exemplo.