O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado divulgou nesta quinta-feira o número de mortes registradas em supostos confrontos policiais no estado em todo o ano passado. Segundo o levantamento, foram 327 ocorrências em 2018, um número 18,9% maior se comparado ao registrado em 2017, quando 275 pessoas foram mortas pelos órgãos de segurança, entre eles polícias Militar e Civil, e Guarda Municipal.

Foram 312 mortes em confrontos com a PM, 12 com a Civil e apenas três com os guardas municipais. O balanço também traz as principais cidades em que os casos foram registrados: Curitiba lidera o ranking com 76 ocorrências, seguida por Londrina, com 23, São José dos Pinhais, 21, Colobo, 12, e Araucária e Foz do Iguaçu, com dez cada. Destaque também para Cambé, que apesar de ser uma cidade relativamente pequena, teve sete mortos em confrontos em 2018, mesmo número por exemplo que o registrado em Maringá.

Para o coordenador do Gaeco no Paraná, Leonir Batisti, o crescimento exacerbado segue um tendência verificada já há algum tempo, de que, a cada ano que passa, mais mortes nestas ocorrências policiais são registradas. Entre 2015 e o ano passado, por exemplo, o aumento foi de 32%.

Na avaliação dele, ao mesmo tempo em que é necessário entender que, em boa parte dos casos, as mortes acontecem por conta do direito de legítima defesa dos policiais, é preciso investigar as ocorrências em que houve excessos por parte dos agentes. Batisti também se disse decepcionado com o atual cenário.