QUARTA, 29/09/2021, 12:33

Oficiais da Polícia Militar vão à Câmara pedir apoio contra decisão que absolveu tenente-coronel acusado de assédio

Ao todo, 45 mulheres denunciaram o médico por crimes sexuais ocorridos desde 2011

O assédio e violência contra oficiais da Polícia Militar do Paraná foi assunto na Câmara de Vereadores de Londrina. No final de junho, o tenente-coronel e médico Fernando Dias Lima, conhecido como “Doutor Bacana”, foi absolvido pela justiça da acusação de crimes sexuais cometidos contra oficiais mulheres que buscavam atendimento no consultório do batalhão da PM.
As denúncias de 45 vítimas começaram em 2018, mas os casos são datados a partir de 2011. A Justiça Militar alegou erro da promotoria na denúncia ao absolver o médico. Na sentença, o juiz afirmou que o crime de atentado violento ao pudor, conforme o Código Penal Militar, prevê violência física ou grave ameaça, o que não ocorreu segundo provas e depoimentos anexados ao processo.

A cabo Scheila Pilarski, uma das vítimas, participou da sessão da Câmara de forma remota e relembrou o receio das mulheres em formalizar a denúncia, antes de saber da existência de outros casos.

A coronel Rita Aparecida de Oliveira, diretora da Associação da Vila Militar, afirmou que a decisão em absolver o tenente-coronel enfraquece a luta contra o assédio, lembrando que o Ministério Público já apresentou recurso.

A vereadora Lu Oliveira, autora do requerimento para que as mulheres fossem ouvidas na Câmara, contestou o fato da decisão do Conselho Especial de Justiça, formado pelo juiz que assina a sentença e quatro coronéis da PM, ter sido tomada apenas por homens.

Zilmo Girotto, advogado do tenente-coronel, foi consultado pela rádio CBN e rebateu as acusações, alegando que Luís Fernando teria sido vítima de armação.

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