SEGUNDA, 26/11/2018, 18:27

Operação Carne Fraca: Justiça Federal condena onze por envolvimento em fraudes na fiscalização do Ministério da Agricultura em Londrina

Ex-chefe da unidade, considerado o coordenador do esquema criminoso, foi condenado a 32 anos de prisão e devolução de mais de R$ 3,5 milhões.

O juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, emitiu nova sentença nesta segunda-feira relacionada à Operação Carne Fraca, que, desde março do ano passado, apura um suposto esquema criminoso que fraudava a fiscalização do Ministério da Agricultura em diversos pontos do país mediante pagamento de propina. Dessa vez, a decisão condenou onze envolvidos com a suposta organização em Londrina, entre eles Juarez José de Santana, ex-chefe da Unidade Técnica Regional de Agricultura na cidade e apontado durante as investigações como o coordenador do esquema fraudulento. O ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná e delator do caso, Daniel Gonçalves Filho, também foi condenado.

Além deles, foram condenados servidores que, à época dos fatos, trabalhavam como auditores e agentes de inspeção do Ministério da Agricultura na região. Donos de empresas e frigoríficos de Arapongas e Apucarana, que teriam pago propina pra driblar a fiscalização, também aparecem na lista dos sentenciados.

A pena mais pesada é de Juarez Santana. São 32 anos de prisão por onze crimes: nove de corrupção, além de advocacia administrativa e organização criminosa. De acordo com a decisão, ele comandava o recebimento das propinas, vindas por meio ou de dinheiro ou de alimentos, e também atendia os pedidos de assinatura em certificados sanitários mesmo sem a devida fiscalização, o que possibilitou durantes muitos anos, conforme a sentença, a distribuição de inúmeros produtos sem condições para o consumo humano no mercado paranaense.

A decisão também pede que todos os servidores públicos, atualmente afastados das funções, sejam demitidos. A Justiça determina, ainda, a reparação do dano causado pelo esquema. No caso de Juarez Santana, é pedida a devolução de mais de R$ 3,5 milhões. No caso da Daniel Gonçalves Filho, R$ 1,2 milhão.

A CBN tentou contato com a defesa dos dois acusados, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

Por Guilherme Batista

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