QUARTA, 30/09/2020, 16:46

Organização criminosa bilionária ligada ao PCC usava empresas de Londrina para lavar dinheiro, diz Polícia Federal

Informação foi revelada durante Operação Rei do Crime, que desarticulou rede de postos de combustíveis formada para movimentar quantias obtidas pela facção criminosa. Mais de R$ 700 milhões foram bloqueados durante os trabalhos.
 

Parte dos mandados de busca e apreensão expedidos à Operação Rei do Crime, da Polícia Federal, foi cumprida em Londrina. Os trabalhos foram realizados durante toda esta terça-feira em diversos estados brasileiros. De acordo com a PF, a cidade era sede de empresas utilizadas pelo PCC, Primeiro Comando da Capital, para lavar dinheiro. De acordo com as investigações, os estabelecimentos fazem parte de uma rede de postos de combustíveis criada pela facção criminosa para a movimentação de quantias exorbitantes. Os documentos já analisados pela polícia apontam para valores que ultrapassam os R$ 30 bilhões.

Diante de cifras atípicas, a polícia saiu às ruas para desbaratar os trabalhos da organização criminosa. Quarenta e três mandados de busca e apreensão e 13 de prisão preventiva foram cumpridos pelos agentes em nove cidades. Além de Londrina, foram alvos da operação Curitiba, no Paraná, Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e Bauru, Igaratá, Mongaguá, Guarujá e Tremembé, em São Paulo, além da própria capital paulista.

A investigação interditou mais de 70 empresas e bloqueou, com autorização da Justiça, contas bancárias cujos valores superam os R$ 730 milhões. Foram apreendidos, ainda, 32 carros, dois helicópteros, um iate, três jetskis, 58 caminhões e 42 reboques e semireboques. O valor total dos bens apreendidos ultrapassa os R$ 32 milhões. Todos os mandados foram cumpridos pela 6ª Vara Criminal de São Paulo.

Vinte pessoas foram indiciadas por participação no esquema, entre ela empresários do setor de combustíveis e até um dos condenados pelo envolvimento no furto do Banco Central em Fortaleza em 2005. O grupo vai responder por lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Rodrigo de Campos Costa, um dos delegados responsáveis pela operação, conta que as investigações tiveram início a partir do desentendimento dos líderes da organização. Dois deles teriam orquestrado a morte do terceiro, e o helicóptero utilizado nesta execução foi rastreado pela polícia, que descobriu que a aeronave pertencia ao grupo. A quadrilha, conforme o delegado, também se utilizava de “laranjas” para tentar despistar a polícia.

Os trabalhos da polícia contemplaram, ainda, os funcionários das empresas sequestradas, que, segundo o delegado Elvis Secco, vão continuar trabalhando normalmente. Os estabelecimentos, conforme ele, vão ficar sob a responsabilidade da Secretaria Estadual de Justiça, que vai se utilizar do dinheiro obtido com os negócios para pagar os empregados, pelo menos neste primeiro momento. Os valores também serão revertidos em iniciativas de combate às drogas.

Com informações da Agência Brasil.

Por Guilherme Batista

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