Padre renuncia à gestão da Casa do Bom Samaritano e alega tentativa de sabotagem por parte da diretoria eleita
Defesa da instituição rebate críticas e alega que o Padre César Braga se isolou e não dialogou com funcionários nem com a nova administração
A gestão do Padre César Braga frente à Casa do Bom Samaritano durou pouco mais de um mês. Nomeado em 10 de outubro para ser administrador da instituição, depois de uma intervenção judicial, o Padre ficaria responsável por cuidar da parte administrativa e financeira, além de dar continuidade aos serviços oferecidos pela entidade, visto que a antiga administração havia anunciado o encerramento das atividades no final de setembro.
No documento de renúncia, Braga declarou que, após assumir, viu que a entidade tinha graves problemas estruturais, administrativos e financeiros, difíceis de resolver sozinho e em pouco tempo. Além disso, declarou que vinha sofrendo pressão social, de órgãos envolvidos, e tentativas de sabotagem por parte da “pretensa diretoria eleita”.
Em nota encaminhada à equipe da rádio CBN Londrina, a defesa afirma que “sua renúncia ao cargo de interventor da Casa do Bom Samaritano ocorreu por diversas razões, entre elas a dificuldade de operar e gerenciar a entidade, que se encontrava em situação de significativa precariedade quando lhe foi confiada”.
Por outro lado, a defesa da Casa do Bom Samaritano, por meio do advogado Benedito Silva Júnior, rebateu as críticas e alegou que o Padre César se isolou e não dialogou com funcionários nem com a nova administração.
Sobre o atraso de pagamento dos funcionários, Benedito explicou que a prefeitura estava depositando tudo em conta judicial, que é lenta, burocrática e não foi bem administrada pelo Padre.
Em nota, a Prefeitura de Londrina afirmou que, com a saída do Padre César Braga, a Justiça decidiu que não há mais necessidade de um interventor e nomeou servidores municipais para administrar exclusivamente os convênios com as secretarias de Educação e do Idoso. A Prefeitura ainda afirma que “também foi autorizada a transferência dos repasses municipais para as contas bancárias vinculadas às parcerias, com gestão dos servidores municipais indicados. E a diretoria eleita passa a ser responsável pela administração das demais áreas da entidade”.
Atualmente, restam apenas 17 idosos que moram na Casa do Bom Samaritano. No começo da intervenção, um plano de contingência transferiu cerca de 58 idosos para outras instituições, encerrando, assim, o convênio entre a instituição e a Secretaria Municipal de Assistência Social.