O Instituto de Tecnologia do Paraná, o Tecpar, vai produzir e fornecer ao SUS uma série de medicamentos de alta complexidade, que hoje só são fornecidos por decisão judicial. Um desses medicamentos é o Trastuzumabe, usado no tratamento do câncer e que hoje é importado pelo país. O acordo para a transferência de tecnologia foi assinado pelo governo do Estado, o Ministério da Saúde e dois laboratórios, um suiço e um brasileiro. O diretor-presidente do Tecpar, Júlio Felix, explica que a parceria internacional foi fechada por meio de um programa do Ministério da Saúde voltado especificamente para o desenvolvimento da indústria farmacêutica nacional.

Até 2019, o Tecpar será o único fornecedor nacional do medicamento. Depois disso, passa a fornecer 40% da demanda do Sistema Único de Saúde, o que representa mais de 100 mil doses por ano. Pelo acordo, o laboratório suíço vai transferir a tecnologia para a produção do medicamento para o Tecpar e para a empresa brasileira Axis Biotec, que tem a exclusividade no Brasil e é parceira do instituto paranaense. Segundo o diretor-presidente do Tecpar, a produção de um medicamento biológico complexo como o Trastuzumabe exige tecnologia de ponta e investimentos siginificativos. Todo o processo, até que o medicamento seja 100% produzido no país deve durar 10 anos.

De acordo com Júlio Felix, o Tecpar se planejou e diversificou sua plataforma tecnológica, passando a atender as demandas por medicamentos estratégicos do Ministério. Além do remédio para o câncer, o Tecpar vai fornecer outros quatro produtos biológicos para o SUS, que até então eram importados.

No mês passado, o Tecpar enviou ao Ministério da Saúde sete novos projetos para a produção dos chamados medicamentos estratégicos.