SEGUNDA, 19/06/2017, 18:41

Participação dos homens entre os desempregados aumenta e se iguala à das mulheres

Só no primeiro trimestre de 2017, a população masculina ocupada diminuiu quase 3%.

Em 2012, a população masculina respondia por 44% de todos os desempregados do país. Cinco anos depois, essa taxa chegou a 50%. Os dados foram levantados pela chamada Carta de Conjuntura do Ipea, que analisou os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE. Segundo a análise do Ipea, o desemprego entre os homens vem crescendo mesmo em um cenário de aumento, mesmo que modesto, da População Economicamente Ativa masculina. Para o economista e professor da UTFPR, Marcos Rambalducci, a explicação para esse crescimento da taxa de desemprego entre os homens pode estar na substituição de trabalhadores por trabalhadores, basicamente por conta de dois fatores.

A análise do Ipea também revela que a maioria dos desempregados, 70%, estão na faixa dos 18 aos 39 anos e têm apenas o ensino médio, completo ou incompleto. Por conta da baixa especialização, 73% desse contingente acabou sendo absorvido pelo mercado informal. Segundo Marcos Rambalducci, esse é cenário tem relação com a crise, mas se explica também pela busca do mercado por gente mais preparada e tende a se consolidar.

Os pesquisadores do Ipea analisaram ainda o comportamento do mercado em relação à faixa etária dos trabalhadores. Entre 2012 e 2017, os técnicos observaram que a população empregada na faixa dos 18 aos 24 anos diminuiu quase 15%. Em contrapartida, aumentou em quase 18% o contingente de trabalhadores com mais de 60 anos. Para Rambalducci, essa mudança tem a ver com a opção do mercado por pessoas mais experientes e que já começam a produzir imediatamente após a contratação.

Apesar da queda na ocupação, o rendimento dos trabalhadores continua crescendo. Em abril, o salário médio do brasileiro teve alta de quase 3% e chegou ao melhor resultado dos últimos três anos. O número de desempregados no país saltou de 8 milhões, no primeiro trimestre de 2015, para mais de 14 milhões no primeiro trimestre de 2017, um aumento de quase 80%. 

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