QUINTA, 18/10/2018, 19:54

Pesquisa revela que quantidade de partículas no ar da cidade em horários de pico é até 11 vezes maior que em outros momentos do dia

Usuário do transporte coletivo está ainda mais exposto à poluição enquanto espera o ônibus nos pontos e, principalmente, no terminal central.

Um estudo realizado pelo Laboratório de Análises em Poluição do Ar da UTFPR, aqui de Londrina, revelou que a quantidade de partículas no ar ambiente do transporte coletivo da cidade é até 11 vezes maior nos horários de pico, entre as 06hrs e as 08hrs da manhã, e o no final da tarde, entre as 17hrs e as 19hrs, do que em outros períodos do dia.

A professora doutora Leila Martins, que coordenou a pesquisa da mestranda Camila Bufato, diz que as medições foram feitas pela própria aluna ao longo do ano passado.

Ainda segundo a professora, de forma geral os passageiros ficam mais expostos a poluição quando estão nos terminais e nos pontos esperando pelos ônibus, já que é a hora de maior proximidade com a fumaça e outros poluentes liberados pelos escapamentos dos veículos.

O estudo também apontou que os passageiros que utilizam as linhas de ônibus que ligam a região norte com a sul e o centro da cidade, nos horários de pico, inalam ainda mais partículas finas e de fuligem, devido à distância e aos deslocamentos maiores.

Entre as partículas encontradas, elementos tóxicos e prejudiciais à saúde, como chumbo, zinco e cromo. De acordo com a professora da UTFPR, a pior situação foi encontrada no terminal central.

O estudo sugere o uso de filtros nos ônibus para diminuir a poluição. A professora afirma que em um momento em que a Prefeitura está discutindo o novo edital do transporte coletivo, seria uma boa hora para debater a questão e tentar incorporar novas tecnologias ao sistema.

Outra possibilidade para tentar diminuir os impactos da poluição nos usuários seria disponibilizar informações que ajudem a diminuir o tempo de espera nos terminais e pontos e reduzir a possibilidade, a longo prazo, de problemas de saúde.

A professora diz que Londrina chega a ter concentrações de alguns poluentes comparáveis às de megalópoles, como São Paulo e que já chegou o momento da cidade se preocupar com o tema.

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