A operação Cravada reuniu 180 policiais federais em sete estados e tinha como alvo a principal organização criminosa do país. No foco da investigação, o núcleo financeiro da facção paulista que atua dentro de alguns dos maiores presídios brasileiros. Foram expedidos 55 mandados de busca e apreensão e 30 de prisão, sendo oito para pessoas já detidas. Quatro delas no Paraná, três em São Paulo e uma no Mato Grosso do Sul.

Aqui no estado, foram expedidos mandados de busca e prisão em 11 cidades, entre elas Centenário do Sul, Arapongas e Londrina. Quatro deles foram cumpridos, sendo três de indivíduos soltos e outro de uma pessoa já presa. A investigação começou em fevereiro, após informações de que um núcleo financeiro da facção paulista funcionaria na Penitenciária Estadual de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Todos os mandados foram expedidos pela Vara Criminal da cidade.

De acordo com a Polícia Federal, o núcleo financeiro da organização criminosa era responsável por recolher e administrar contribuições de todo o país para a facção. Segundo a PF, mais de 400 contas bancárias, que movimentavam de R$ 800 mil a R$ 1 milhão por mês, foram bloqueadas. Elas eram utilizadas de forma intercalada para impedir que órgãos de controle e bancos percebessem a movimentação.

O dinheiro seria usado para financiar novos crimes e a compra de drogas e armas para a organização. Os policiais apreenderam bilhetes que seriam levados para as prisões e por isso a PF solicitou a suspensão das visitas aos presos investigados.

A operação, referência a uma jogada de xadrez em que uma peça ameaçada fica sem poder se mover, teve o apoio do Departamento Penitenciário Federal, Ministério Público do Paraná, além do Gaeco, da Secretaria de Administração Penitenciária e da Polícia Militar de São Paulo.