QUARTA, 14/07/2021, 16:09

Polícia indicia 58 pessoas por participação em esquema bilionário de sonegação fiscal descoberto em Londrina

Indiciados foram investigados pela Operação Expresso, que desbaratou organização criminosa responsável por fraudar a comercialização de grãos de café em quatro estados brasileiros.

A Polícia Civil concluiu nos últimos dias o inquérito relacionado à Operação Expresso, deflagrada em março deste ano para desbaratar um esquema que fraudava a comercialização do café em grão para a sonegação de impostos em quatro estados brasileiros: Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Com a conclusão das investigações, 58 pessoas foram indiciadas por formação de organização criminosa e falsidade ideológica acusadas de participação no esquema. Entre os indiciados estão atacadistas, corretores, torrefações de café e empresas laranjas envolvidas no ramo cafeeiro. As informações são do delegado Thiago Vicentini de Oliveira, responsável pelo Núcleo de Combate à Corrupção da Polícia Civil em Londrina, onde as investigações tiveram início há cerca de dois anos.

Sete das instituições apontadas durante as investigações são responsáveis, ainda, pela creditação indevida de ICMS no Paraná com o valor aproximado em R$ 52 milhões. O valor total do prejuízo ainda está sendo apurado, mas pode ultrapassar o R$ 1 bilhão, um montante gigantesco que, segundo o delegado, teria sido deixado de ser recolhido por meio do pagamento de impostos estaduais e federais.

No dia da operação, mais de 700 agentes de segurança, entre policiais civis, auditores da receita e peritos, saíram às ruas nos quatro estados citados para o cumprimento de 16 mandados de prisão e outros tantos de busca e apreensão. Foram apreendidos, por exemplo, carros, R$ 300 mil em joias, celulares, computadores e documentos que auxiliariam no andamento das investigações.

De acordo com o trabalho policial de apuração, atacadistas e corretores de café de Londrina e região atuavam para possibilitar que torrefações de todo o estado adquirissem os grãos de café, junto a fornecedores de Minas Gerais e do Espírito Santo, por meio da emissão de notas fiscais frias e fraudulentas. Os acusados também se utilizavam de empresas de fachada para a realização das transações em que o recolhimento dos tributos não era feito.

As investigações apontam, ainda, que por diversas vezes o produto adquirido por meio de notas fiscais falsas oriundas de São Paulo era destinado a empresas de café solúvel de Londrina e de Cornélio Procópio, ocasiões em que, simulando uma venda da mercadoria dentro do Paraná, os atacadistas emitiam uma terceira nota fiscal falsa, acarretando aos próprios atacadistas o não recolhimento do tributo.

O delegado responsável pelos trabalhos garantiu que as investigações vão continuar.

Por Guilherme Batista

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