SEXTA, 24/07/2020, 11:50

Policiais ambientais e fazendeiros, presos pelo Gaeco na semana passada, vão usar tornozeleira eletrônica

Segundo o Ministério Público, os civis recebiam dinheiro para garantir a segurança das propriedades rurais e, eventualmente, permitir infrações, como a caça ilegal de animais

Três policiais militares ambientais, dois fazendeiros, um empresário e um administrador de fazenda, de São Sebastião da Amoreira vão ser monitorados por tornozeleira eletrônica a partir de agora. Cinco deles foram presos durante operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), mas já estavam cumprindo prisão domiciliar. O promotor Leandro Antunes explica que o juiz aceitou o pedido do Ministério Público (MP) e determinou, além do monitoramento eletrônico, que eles compareçam à delegacia mensalmente, que não tenham contato com demais investigados e frequentem alguns locais específicos e que se recolham nas residências no período da noite e aos finais de semana.                    

Segundo as investigações, os policiais recebiam dinheiro para garantir a segurança das propriedades rurais e, eventualmente, permitir infrações ambientais. Além disso, estariam deixando de fiscalizar caça de animais silvestres no interior de uma das fazendas e até mesmo teriam participado de caça ilegal.

No cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão, foram recolhidos celulares, anotações em planilhas que revelam o pagamento aos policiais, munições, armas irregulares e restos mortais de animais. Segundo o promotor, o material está sendo analisado e por isso, no decorrer da investigação, mais pessoas podem ser citadas no processo. O Gaeco pretende concluir o inquérito e apresentar denúncia nos próximos dias.

O posto da Polícia Ambiental, onde estavam lotados os policiais investigados fica na Rodovia PR-218 e foi construído em meados de 2015 na área da fazenda, cujos donos também são alvos da operação.

O advogado Walter Bittar, que defende um dos fazendeiros, já previa essa decisão do juiz e se limitou a dizer que os fatos devem ser esclarecidos no decorrer do processo. 

Paulo Nolasco, advogado de defesa do segundo fazendeiro, preferiu não gravar entrevista, mas disse que o cliente não deve colocar a tornozeleira no prazo estipulado pela justiça porque está com suspeita de Covid-19 e, por orientação médica, não pode sair de casa nos próximos 14 dias.

A reportagem não conseguiu identificar a defesa dos demais réus.

Por Claudia Lima

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