TERCA, 24/08/2021, 12:08

Policial Civil acusado de interceptar ligações para ajudar advogados é alvo de investigação do Gaeco

Ele é acusado de violação do sigilo funcional e foi afastado das funções de delegacia de Londrina

O Ministério Público do Paraná com apoio da Corregedoria da Polícia Civil cumpriu nesta terça-feira (24) um mandado de busca e apreensão e outro de imposição de medidas cautelares contra um investigador de Polícia Civil de Londrina.  O policial é investigado por interceptação telefônica clandestina e por violação qualificada de sigilo funcional.

 Durante a investigação, o Gaeco constatou que o policial teria feito interceptação telefônica ilegal, atendendo pedido de dois advogados.  O alvo da interceptação ilegal foi a ex-mulher de um dos advogados.  Para requerer os dados telefônicos e de localização da vítima, o policial teria se utilizado de duas operações policiais que estavam em andamento na unidade de Londrina da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), como informou o coordenador do Gaeco, o promotor de Justiça, Jorge Barreto.

O cumprimento das medidas foi determinado pelo juiz João Henrique Ortolano, 5ª Vara Criminal da Comarca e é um desdobramento de investigação deflagrada em outubro de 2020.  Na época, foi apurado a existência de um esquema de corrupção envolvendo cinco investigadores da Polícia Civil em Londrina e dois advogados que atuam na cidade. O grupo é suspeito de ter cometido os crimes de peculato, corrupção passiva e concussão, extorsão praticada por agente público. Ou seja, esses advogados pagariam propina aos agentes então lotados da10ª subdivisão policial para não incluírem seus clientes nas investigações por tráfico. Segundo Jorge Barreto um novo inquérito foi aberto por que se trata da participação de um novo policial.

Entre as medidas cautelares, o Juiz  determinou o afastamento imediato desse novo investigador do cargo (sem prejuízo de suas remunerações) pelo prazo inicial de 120 dias que poderá ser ampliado de acordo com a necessidade das investigações. O policial também está proibido de acessar repartições da Polícia Civil do Paraná, exceto quando for intimado para prestar depoimento.  Também não pode manter contato pessoal, telefônico ou por meio eletrônico ou virtual com os demais investigados, vítima e testemunhas, bem como com policiais civis lotados no Paraná.

Por Guilherme Marconi

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