De acordo com o Prefeito Marcelo Belinati, paralelamente à proposta que vai ser encaminhada à Câmara, está sendo elaborado um Plano de Ação com diversas medidas para a melhoria dos números da empresa, como a troca de diretores, o corte de cargos, a reavaliação dos processos trabalhistas e a renegociação de contratos, entre outros pontos. Os detalhes desse plano devem ser apresentados aos Conselhos Administrativos da Copel e da Sercomtel nos próximos dias, e depois à Anatel.

Já o projeto de lei que altera a atual obrigatoriedade de participação majoritária do Município na Sercomtel deveria ser encaminhado à Câmara agora em Outubro. Mas esse prazo inicial, definido em reunião da diretoria da Copel, que teve a participação do Prefeito, foi adiado para dezembro. A promessa é de que até lá a proposta esteja na Câmara. Mas antes, ela precisa ser apresentada ao Conselho de Administração da estatal de energia.

Segundo Belinati, o prejuízo anual da Sercomtel é de cerca de R$ 15 milhões. O prefeito não falou em valor do aporte, mas disse que a intenção é buscar um parceiro que injete recursos para a empresa avançar em tecnologia e conseguir se reequilibrar. E garantiu que o controle societário da Sercomtel vai continuar com o Município, e a Copel vai seguir com a participação que tem atualmente.

O novo sócio só vai ser conhecido após a aprovação do projeto pela Copel, Anatel e Câmara. A apresentação do Plano de Negócios para recuperação da Sercomtel foi apresentado no gabinete do Prefeito e contou com a presença do diretor presidente da Copel Holding, Jonel Iurk, de secretários Municipais, vereadores e outras autoridades.

Segundo Belinati, caso o Plano e as medidas para redução de custos não cheguem aos números esperados, a Prefeitura e a Copel podem aportar recursos, mas não falou em valores. De acordo com o prefeito, a Sercomtel dá um lucro de mais de R$ 7 milhões. O prejuízo está na área de telefonia móvel da empresa e nas dívidas acumuladas, que ultrapassam R$ 256 milhões.

Segundo o prefeito, a Copel vai investir R$ 60 milhões em fibra óptica, o que deve aumentar as receitas da Sercomtel. De acordo com Belinati, o uso da infraestrutura da Copel Telecom pela Sercomtel teria a anuência da Anatel.

O prefeito disse que não vai haver privatização. Sobre uma possível participação dos sócios minoritários na recuperação da empresa, que teriam inclusive feito auditorias paralelas para checar a viabilidade de investimento na Sercomtel, Belinati afirmou que o plano atual está concentrado nos sócios majoritários.

O diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel Holding, José Marques Filho, diz que qualquer aporte na Sercomtel só vai ser feito depois das mudanças na lei municipal. Ainda de acordo com o diretor, uma empresa está sendo contratada para elaborar o plano de negócios que vai nortear a transição na governança da empresa.

O endividamento da Copel, que hoje supera R$ 10 bilhões, também é uma preocupação dos investidores institucionais da empresa. Marques Filho, afirma que o processo vai ser transparente e um eventual aporte na Sercomtel vai depender da aprovação também dos investidores.

Sobre a recomendação da diretoria jurídica da Copel, que concluiu em parecer técnico apresentado em reunião do Conselho, que a empresa não deve responder pelo passivo da Sercomtel, nem aportar recursos, o diretor aposta em uma solução permanente e prevê que o plano de negócios vai ser apresentado ao Conselho e deve ser aprovado.

Para o diretor da Copel, a Sercomtel é viável e investir na empresa é uma opção melhor que a venda. Marques Filho também não quis falar das mudanças na lei e no valor a ser aportado.

Ainda segundo o diretor, na próxima reunião do Conselho, que deve ocorrer nesta quarta-feira, todas as propostas anunciadas na Prefeitura devem ser apresentadas.