QUARTA, 17/01/2018, 18:56

Presos gravam vídeo em cadeia superlotada de Ibiporã

Construída para abrigar até 32 pessoas, unidade tem mais de 180 detentos, muitos deles condenados e que deveriam cumprir a pena no sistema prisional.

Não é de hoje que a cadeia pública de Ibiporã vive superlotada. Todos os dias, pessoas presas em flagrante se juntam com aqueles que já foram condenados pela Justiça, mas que deveriam a pena em penitenciárias da região. Apesar das decisões judiciais ordenando a transferência dos detentos, a remoção segue a passos lentos. O argumento da Vara de Execuções Penais é que não há vagas suficientes para atender a demanda.

Nesta quarta-feira, presos denunciaram a superlotação do presídio de Ibiporã em um vídeo que está circulando pelas redes sociais. O conteúdo pode ser visualizado no Facebook da Rádio CBN. Eles reclamam da falta de remédios, de atendimento médico e até da higiene.

Segundo o delegado Vitor Dutra de Oliveira, titular da comarca, uma investigação foi aberta para tentar descobrir como a gravação foi feita.

Oliveira enfrenta situação semelhante na cadeia de Cambé, onde responde interinamente até o fim das férias do delegado Roberto Fernandes de Lima. No final de dezembro, 12 presos fugiram após uma rebelião no local. Além do motim, o grupo destruiu parte da estrutura, que não corre risco de desabar. A possibilidade de qualquer risco foi descartada em uma vistoria feita pela Paraná Edificações, órgão pertencente à Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística, e a Defesa Civil.

A Justiça de Cambé determinou a remoção imediata de 15 detentos, mas apenas sete foram transferidos. A alegação é que não há espaços para os condenados.

Para a advogada criminal Nayara Andrade, a lotação em Ibiporã piora com a decretação de prisões preventivas e o cumprimento de mandados.

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