QUARTA, 05/08/2020, 19:22

Professor da UENP acusado da morte de diretor quer evitar júri popular remoto e pede em carta a juiz que julgamento seja realizado após pandemia

Advogado de Laurindo Panucci diz que OAB já acionou Conselho Nacional de Justiça para suspender novidade trazida pela pandemia e avalia que júri popular remoto prejudica defesa.

A defesa do professor Laurindo Panucci Filho, de 44 anos, acusado de matar o diretor do campus da UENP de Cornélio Procópio em em dezembro de 2018, divulgou uma carta onde declara o desejo de que o júri popular que vai definir sua sentença seja presencial.

Na correspondência ao juiz do caso, que foi anexada ao processo, Panucci afirma ainda que para ele não há nenhum empecilho em esperar pelo fim da pandemia, “mesmo que dure seis meses ou mais”, para ter o júri popular presencial, em vez de videoconferência.

O advogado de Panucci, Diego Fiori, avalia que o júri popular não presencial, uma novidade trazida pela pandemia, é prejudicial ao cliente dele, por problemas técnicos que podem surgir durante o julgamento, entre outras situações, como a falta de atenção dos jurados e a necessidade de repetição, por exemplo, de argumentos e teses da defesa.

O diretor da UENP de Cornélio Procópio, Sérgio Roberto Ferreira, tinha 60 anos e morreu depois de ser agredido com golpes de machadinha dentro da instituição na noite do dia 20 de dezembro de 2018.

Na carta ao juiz, o professor afirma ainda que “o caso ganhou complexidade pela repercussão social e midiática” e apela “encarecidamente” ao magistrado para que seu desejo seja atendido.

O advogado diz que alguns Tribunais de Justiça do país estão marcando júris populares remotos, mas a novidade vem enfrentando a resistência, por exemplo, da OAB,que já acionou o Conselho Nacional de Justiça. Diego Fiori afirma que ainda não há uma definição sobre a data do júri popular do professor, o que vai depender do Tribunal de Justiça.

O advogado acredita que o júri popular do professor deve durar de dois a três dias. Laurindo Panucci foi preso em flagrante em Teodoro Sampaio, no interior de São Paulo, um dia depois da morte do diretor e, de acordo com a Polícia, confessou o crime.

Em novembro do ano passado, a 1ª Câmara Criminal do TJ negou um pedido feito pela defesa do professor para que ele não fosse julgado pelo Tribunal do Júri. O pedido já tinha sido negado em primeira instância. Alguns meses antes, em março, o professor foi demitido do serviço público estadual pelo governador Ratinho Júnior, após uma Comissão formada na própria universidade se decidir pela exoneração dele.

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